Livros e capítulos

LIVROS
Ritual e Pessoa entre os Waimiri-Atroari.
Edson Matarezio
Este livro faz uma reflexão sobre a noção de pessoa dos índiosWaimiri- Atroari, povo caribe-guianense, com um foco no ritual deiniciação masculina. O ritual é abordado como um momento deaquecimento das trocas simbólicas deste grupo, em que o neófitoincorpora diversas perspectivas ou pessoas em diversas escalas. Éneste ritual que o socius, as relações e as pessoas waimiri-atroarisão produzidas, momento em que as qualidades que se desejaapropriar circulam e conformam os futuros homens do grupo. Aspáginas que aqui se encontram mostram como são produzidos osverdadeiros homens kinja. Para tornar-se parte do “nós” –perspectiva atualizada durante o ritual, mas que pode ser perdida –,para tornar-se um consanguíneo, o menino deve ser fabricadoenquanto tal, contra-inventando a afinidade.
MATAREZIO FILHO, E. T. Ritual e Pessoa entre os Waimiri-Atroari. São Paulo: Annablume,2014, v.1. p.273.
Estruturas musicais do samba-enredo.
Yuri Prado
Esta pesquisa pretende demonstrar as principais transformações da música das escolas de samba do Rio de Janeiro através da transcrição, catalogação e análise de suas estruturas melódicas, harmônicas e formais mais recorrentes. Entre as estruturas analisadas estão as que considerei como características do samba-enredo, as quais são compartilhadas por um grande número de compositores das mais diversas épocas e tendências estilísticas. A partir do seu estudo detalhado, passou-se a reflexões mais amplas relativas à presença do formulismo no processo de composição dos sambistas, o qual pode estar ligado tanto ao modelo oral de pensamento e comportamento ainda existente nas escolas de samba quanto ao fato de o samba-enredo estar inserido em uma lógica capitalista que abarca desde a indústria cultural da qual ele faz parte (gravação de discos, transmissão em rádio e TV) até o próprio modo de escolha das obras que são apresentadas no carnaval.
PRADO, Yuri. Estruturas musicais do samba-enredo. Rio de Janeiro: EDUERJ, no prelo.
A festa da moça nova : ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna.
Edson Matarezio
Este livro tem como foco o principal ritual tradicional do mais populoso grupo indígena do Brasil, a Festa da Moça Nova dos índios Ticuna. Muitas comunidades do povo Ticuna mantêm vivamente sua tradição de festejar a saída das moças da reclusão. Esse ritual de iniciação feminina encerra um processo de resguardo que se inicia com a primeira menstruação da menina. Durante os três dias de festa, a música deve ser ininterrupta. As moças escutarão muitos conselhos cantados dos mais velhos, canções sobre seus clãs, trompetes soando e cantando. Além dos convidados, que beberão e dançarão, a Festa está repleta de mascarados, “encantados” (ü'üne) e “bichos” (ngo'o). Resultado de uma tese de doutorado em Antropologia (USP), o leitor encontrará nessas páginas diversas conexões entre a mitologia, organização social e parentesco, cosmologia, corpo, sangue, música e processo ritual para os Ticuna.
MATAREZIO FILHO, E. T. A festa da moça nova : ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna.São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2019, v.1. p.462.
Capítulos
Rooms for Resistance: migration and social markers of difference in Berlin queer electronic underground music scene.
Gibran Teixeira Braga
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BRAGA, Gibran Teixeira. Rooms for Resistance: migration and social markers of difference in Berlin queer electronic underground music scene. In KENNY, Ailbhe; YOUNG, Katie; PARDUE, Derek. Sonic Signatures: How Migrant Music Constitutes the City at Night. Bristol, Intellect, pp. 227-222
Objeto, imagem e percepção: forma e contemplação dos altares do Horto.
Ewelter Rocha
Temas clássicos da antropologia, como espaço, memória, corpo, religiosidade, experiência e performance têm a partir da imagem uma perspectiva analítica inovadora, que permite que o pesquisador incorpore gestos, olhares, posturas e movimentos, e que o espectador amplie sua percepção de modo ao mesmo tempo racional e sensível. Com textos de 21 pesquisadores e dois DVDs com 9 vídeos, este livro, dividido em três partes – Cinema e Antropologia; Fotografia e Etnografia; e Experiências transdisciplinares – é resultado de um longo investimento do Grupo de Antropologia Visual da USP – GRAVI em incorporar a imagem na pesquisa antropológica. O Capítulo aborda os processos de produção de sacralidade associados à contemplação dos altares domésticos da Ladeira do Horto, em Juazeiro do Norte - CE.
Objeto, imagem e percepção: forma e contemplação dos altares do Horto. In: Andrea Barbosa, Edgar Teodoro da Cunha, Rose Satiko Gitirana Hikiji, Sylvia Caiuby Novaes. (Org.). A Experiência da Imagem na Etnografia. 1ed.São Paulo: Terceiro Nome, 2016, v. , p. 229-244.
Memória e verossimilhança nos retratos pintados da ladeira do Horto.
Ewelter Rocha
A contarmos da primeira metade do século XIX, as histórias da antropologia e da fotografia mereceram capítulos vinculados, que atestam uma relação de proximidade ao longo de suas trajetórias. Nos dias atuais, considerando-se o universo de saturação do mundo das imagens, referenciado por muitos autores como “pós-fotográfico”, à guisa das confidências entre fotografia e antropologia, o que se subscreve é um cenário de reflexões críticas sobre “os usos” e “o pensamento” das imagens fotográficas em suas perspectivas antropológicas. Nesse cenário, emerge também um arco de problematizações acerca de um conhecimento próprio das imagens e indaga-se sobre qual é o lugar das imagens e o que queremos delas. O capítulo discute o poder de agência, o estado sagrado e de culto atribuído aos
retratos pintados da Ladeira do Horto em Juazeiro do Norte – CE.
Memória e verossimilhança nos retratos pintados da ladeira do Horto. In: Sylvia Caiuby Novaes. (Org.). Entre Arte e Ciência: A Fotografia na Antropologia. 1aed.São Paulo: EDUSP, 2015, v. 1, p. 123-141.
Música e arte como conhecimento.
Jorge Luiz Ribeiro de Vasconcelos
Trata-se de um capítulo de livro que relata experiências e reflexões inspiradas na prática de um componente curricular do curso BICULT (Bacharelado Interdisciplinar em Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas) do centro CECULT da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O componente tem o nome de “Conhecimento, Ciência e Realidade” e refletir sobre ele possibilitou ponderações bastantes amplas e oportunas sobre a prática docente num contexto interdisciplinar. A tríplice articulação que seu nome carrega, sugere pensarmos e, consequentemente, propormos uma interdisciplinaridade que se esteie num princípio de equidade de saberes. Partindo disso, o foco central do texto é a condição das linguagens artísticas (com ênfase na música) como modos específicos de produção de conhecimento. Conhecimento que extrapola as fronteiras de pensar e fazer com sons e buscar suas relações com outras formas de estar no mundo e investigá-lo. E o faz a partir de um modo de operar e de uma construção de si baseados na escuta. No sentido da audição modulado e amplificado pela possibilidade de intercambiar sentidos (significados) que seres humanos atribuem aos sons, que se produzem e que se ouvem.
VASCONCELOS, Jorge Luiz Ribeiro de. Música e arte como conhecimento. In: Sérgio Ricardo Oliveira Martins; Sarah Oliveira Carneiro. (Org.). Conhecimento, Ciência e Realidade. 01ed.Cruz das Almas BA: Editora UFRB, 2022, v. 9, p. 77-102.
Perigosos festeiros – as máscaras Ticuna 60 anos após Harald Schultz
Edson Matarezio
Como bem notou Harald Schultz, a iniciação à vida adulta é a “ festa mais im po rta nte na vida de uma mulher [T icu na]” 150. Nas comunidades em que se faz a Festa da Moça Nova - em geral, as aldeias T icu n a 151 sem grande influência de missões evangélicas - , esse contin u a a ser o p rin c ip a l ritu a l. Após menstruar pela prim eira vez, a moça deve permanecer reclusa. A festa marca, portanto, a saída da moça da reclusão (aure). A celebração dura cerca de três dias, começando na sexta-feira e terminando no domingo. Ao longo da festa, são encadeados diversos pequenos rituais, formando uma seqüência complexa
MATAREZIO FILHO, E. T. Perigosos festeiros – as máscaras Ticuna 60 anos após Harald Schultz In: CULTURAS INDÍGENAS NO BRASIL E A COLEÇÃOHARALD
Taquaras, tambores e violas: fazeres musicais em narrativas audiovisuais.
Alice Villela
Este trabalho analisa alguns elementos presentes no processo da construção da série documental Taquaras, Tambores e Violas que aborda a construção de instrumentos musicais e performances musicais brasileiros. A análise de elementos ou forma estética é realizada em diálogo com o uso do filme na etnomusicologia, trazendo questões e reflexões sobre a importância de se pensar na forma de construir narrativas por meio do audiovisual em diálogo com os contextos etnográficos pesquisados. O fazer audiovisual é pensado aqui como uma “tecnologia da interatividade” (APPADURAI, 1996) e uma forma de musicar (SMALL, 1998) que captura, por sua vez, outras formas de engajamento com a música ou musicares.
VILLELA, ALICE. Taquaras, tambores e violas: fazeres musicais em narrativas audiovisuais. In: Ezequiel Martins Ferreira. (Org.). Arte e cultura: produção, difusão e reapropriação. 1ed.Ponta Grossa: Atena, 2021, v. 1, p. 190-196.