Montando a baiana

Direção
Kelwin Marques Garcia dos Santos e Aurélio Prates Rodrigues
Ano de publicação
2024
Duração
12min
Sinopse

Nos cortejos reais das Nações de Maracatu, em meados do século XX, a figura da Baiana passa a ser ocupada por travestis, frangos, e outros corpos para os quais a feminilidade não estava pressuposta. O filme, ao mesmo tempo desenvolvimento e resultado de minha pesquisa de mestrado, busca apresentar a relação dessas Baianas Ricas do maracatu com suas ancestralidades. A relação com a ancestralidade pode se dar tanto a partir da memória das baianas mais velhas, quanto a partir do contato com femininos mais que humanos como as Yabás, as Mestras de Jurema, Pombagiras, etc.
No filme são três as principais vozes: a de Aurélio, primeira baiana rica fora de Recife, uma bicha não binária e importantíssima interlocutora da pesquisa, que é também diretora do filme; a de Mestre Maurício Soares, baiana da Nação Estrela Brilhante do Recife que há anos tem ensinado o maracatu a partir de sua dança em todo o Brasil; e de Macaxeira, uma das mais importantes baianas da história do Maracatu.
Mário Miranda - Maria Aparecida é um nome fundamental nessa história. Este grande babalorixá da zona norte de Recife transitava entre estes nomes, atravessando as fronteiras de gênero e construindo espaços de possibilidade de existência para outros corpos. Maria Aparecida é, de certa forma, o arquétipo da baiana rica, e a partir também de sua memória que outras baianas se preparam, se montam luxuosamente, saúdam suas próprias ancestralidades e atravessam a avenida na companhia de suas iguais, vivas ou não.

Camera: Kelwin Marques Garcia dos Santos
Operação de som direto: Aurélio Prates Rodrigues e Sara Takeushi
Identidade Visual: Myriam Monteiro
Montagem: Kelwin Marques e Marcelo Eme