Aconteceu no LISA
Convidamos você para um encontro com o Prof. Dr. Marco Antônio Gonçalves, no dia 02 de setembro de 2025, às 15 horas, no auditório do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP).
O evento “Olhares, imaginários e(m) Chamas: tramando antropologias em tempos de crises” propõe refletir sobre os desafios contemporâneos da antropologia e sobre como a imagem, o cinema e outras práticas visuais/expressivas podem inspirar novas linguagens, mundos e metodologias diante das urgências climáticas, sociais e políticas atuais.
Como podemos aprender com os animais a recuperar dos incêndios florestais com características catastróficas? Nesta apresentação, Verónica Policarpo discutirá esta questão a partir do projeto ABIDE, que estuda a recuperação pós-fogo em três países: Brasil, Portugal e Austrália. A pesquisadora partilhará alguns aspetos da sua experiência de campo na região da Serra da Estrela, apontando caminhos possíveis para (re)imaginar o modo como os animais podem nos inspirar a construir comunidades multiespécies cuja diversidade ecológica contribuiria para uma maior regeneração e resiliência pós-fogo.
Verónica Policarpo é antropóloga, pesquisadora sênior no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e coordenadora do Human-Animal Studies Hub. Atualmente, lidera o projeto interdisciplinar “ERC ABIDE (ID 101043231): Animal ABidings: recoverIng from DisastErs in more-than-human communities”, que investiga como comunidades multispecíficas, incluindo animais não-humanos, se recuperam de desastres como incêndios florestais, propondo uma abordagem interdisciplinar e uma governança mais-que-humana para enfrentar crises climáticas.
O projeto ERC ABIDE - Animal ABidings: recoverIng from DisastErs in more-than-human communities, coordenado por Verónica Policarpo, é financiado pela União Europeia, Conselho Europeu de Investigação
Nesta edição do Métis Convida, receberá o professor Magnus Course (University of Edinburgh) para a apresentação, intitulada “Three ways to fail: Journeys to Mapuche Chile”.
Confira o resumo da apresentação:
O LISA-USP tem o prazer de convidar você para a sessão AntropoCena do filme “Adó, Mestre dos Sons”, dirigido por Jorge Lampa Vasconcelos, que estará presente para um bate-papo sobre a obra. A mediação ficará por conta de Rose Satiko Gitirana Hikiji.
Jorge Vasconcelos (Lampa) é músico: cantador, cantator, cantautor e violonista, e também professor adjunto de Música Popular no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CECULT-UFRB). Sua sólida formação acadêmica inclui bacharelado em Música Popular em 1993, mestrado em Artes em 2002, doutorado em Música na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2010 e pós-doutorado em Antropologia Social na Universidade de São Paulo (USP) em 2020. É coordenador do projeto de extensão Clube da Canção e integrante dos grupos de pesquisa “Memória, Espaço e Culturas” da UFRB (MESCLAS), “Pesquisas em Antropologia Musical” da USP (PAM) e “Diáspora” da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Sua trajetória artística é marcada por diversas apresentações e shows, como Teatro a Bordo, Matulão do Lua, Forró do Viajante (SP) e Solo (BA), entre outros.
No dia 27 de junho de 2025, às 14 horas, o LISA receberá a palestra “Buscando ‘o melhor dos dois mundos’: como se faz um cão caçador de trufas negras no Chile”, promovida pelo Coletivo de Antropologia e Biotecnodiversidade (CHAMA-USP), sob coordenação de Guilherme Moura Fagundes.
O Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP) receberá, no dia 26 de junho de 2025, às 19 horas, a palestra "Micróbios e Rituais em Varanasi: uma etnografia através das águas do Rio Ganges". O evento é uma atividade de extensão do Coletivo de Antropologia e Biotecnodiversidade (CHAMA-USP) e integra a programação da disciplina “Antropologia dos Microrganismos”, sob coordenação de Guilherme Moura Fagundes.
Victor Secco apresentará temas centrais de sua pesquisa de doutorado, defendida na University of Manchester (Inglaterra), que investiga as intersecções entre ciência, religião e interações multiespécie, a partir de uma etnografia realizada junto a sacerdotes hindus e microbiologistas na cidade de Varanasi, no norte da Índia. O Rio Ganges, que atravessa a cidade, é simultaneamente reverenciado por suas águas sagradas e conhecido por seus elevados níveis de poluição. Enquanto milhões de pessoas dependem dessas águas para rituais religiosos e atividades cotidianas, o rio recebe diariamente enormes volumes de esgoto e outros poluentes. Pesquisas microbiológicas revelam a presença de diversas bactérias, incluindo cepas resistentes a antibióticos, mas também identificam potenciais terapêuticos, como o uso de bacteriófagos para tratamentos.
O Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP) exibirá quatro filmes guaranis contemporâneos em seu auditório, em sessões especiais, no âmbito do projeto AntropoCena, seguidas de debates com convidados. Oriunda da disciplina Práticas de Extensão em Etnologia Indígena, sob orientação do professor Pedro Cesarino, a mostra tem como iniciativa fomentar o debate sobre questões caras aos povos indígenas, tais como as relações entre território e identidade, além de levantar, com foco nos Guarani, discussões sobre o lugar do cinema indígena no panorama audiovisual nacional e internacional e dar visibilidade a essa produção.
Programação:
DIA 1
23/06, 16h
Yvy Pyte - Coração da Terra (2023), 110', de Alberto Alvares e José Cury
Debate com convidados:
O filme “Rio das Mortes: nossa vida” será exibido na sessão AntropoCena do dia 12 de junho de 2025, às 17 horas, no auditório do LISA, em parceria com o Grupo de Antropologia Visual da Universidade de São Paulo (GRAVI-USP), e contará com a presença de Ana Lúcia Ferraz, Professora Associada do Departamento de Antropologia e Coordenadora do Laboratório do Filme Etnográfico da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Com formação na USP, Ana Lúcia é mestre em Antropologia (1999), doutora em Sociologia (2005) e fez o pós-doutorado em Antropologia Social (2010). Atua hoje entre os campos da Etnologia Indígena e da Antropologia Visual, sendo autora de uma série de filmes etnográficos, entre eles, com os Guarani Nhandeva, Nhande Ywy/Nosso Território (2018) e Öwawe dahoimanadzé/Rio das Mortes: nossa vida (2024).
“Rio das Mortes: nossa vida” é um filme que conhece o território ancestral do povo A’uwé uptabi (Xavante) que nos apresenta suas relações com as águas do Rio das Mortes, ameaçado por hidrelétricas. Configurar a territorialidade a’uwé xavante documentando as diversas práticas com o rio, suas concepções cosmológicas a centralidade da caça no modo de vida dos a’uwé no cerrado é o objetivo da etnografia em processo.
AntropoCena é uma iniciativa do LISA e tem como objetivo trazer para o público a produção audiovisual realizada por pesquisadores da USP, por meio de exibições e debates.