Livros

A festa da moça nova : ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna.
Edson Matarezio
Este livro tem como foco o principal ritual tradicional do mais populoso grupo indígena do Brasil, a Festa da Moça Nova dos índios Ticuna. Muitas comunidades do povo Ticuna mantêm vivamente sua tradição de festejar a saída das moças da reclusão. Esse ritual de iniciação feminina encerra um processo de resguardo que se inicia com a primeira menstruação da menina. Durante os três dias de festa, a música deve ser ininterrupta. As moças escutarão muitos conselhos cantados dos mais velhos, canções sobre seus clãs, trompetes soando e cantando. Além dos convidados, que beberão e dançarão, a Festa está repleta de mascarados, “encantados” (ü'üne) e “bichos” (ngo'o). Resultado de uma tese de doutorado em Antropologia (USP), o leitor encontrará nessas páginas diversas conexões entre a mitologia, organização social e parentesco, cosmologia, corpo, sangue, música e processo ritual para os Ticuna.
MATAREZIO FILHO, E. T. A festa da moça nova : ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna.São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2019, v.1. p.462.
A música e o risco: Etnografia da performance de crianças e jovens participantes de um projeto social de ensino musical.
Rose Satiko Gitirana Hikiji
Rose Satiko buscou, com este trabalho, percorrer os significados do fazer musical entre crianças e jovens participantes de um projeto governamental de ensino de música destinado à população de baixa renda de São Paulo. Nele, discute as diversas facetas do fazer musical observado (e sentido), como seus aspectos pedagógicos, políticos e performáticos, e procura descrever as relações dessa prática social com a construção das noções de corporalidade, temporalidade e alteridade entre seus sujeitos. A opção pela observação de um único projeto não implica uma abordagem institucional: a autora enfatiza que o foco do trabalho não é o Projeto Guri, escolhido para as observações, mas a prática musical, pensada como atividade simbólica de forma ampla, com contornos específicos, dadas a faixa etária e a situação social de seus atores.
HIKIJI, Rose Satiko G. A música e o risco: Etnografia da performance de crianças e jovens participantes de um projeto social de ensino musical. Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
A Vela Branca de Oxalá
Vitor da Trindade
Poesias e crônicas do cotidiano afro-brasileiro
Da Trindade, Vitor. A Vela Branca de Oxalá, Embu das Artes, Editora Em Busca das Artes, 2021
Antropologia e performance: Ensaios Napedra.
John Dawsey, Regina Müller, Rose S. G. Hikiji e Marianna Monteiro
Este livro é resultado do trabalho do Núcleo de Antropologia, Performance e Drama (Napedra), grupo que reúne antropólogos em busca de saberes associados às artes performativas e pesquisadores dar artes interessados em antropologia.
Nos campos acadêmico e artístico, o conceito de performance adquire formas variadas, cambiantes e híbridas; há algo de não resolvido nesse conceito, que resiste às tentativas de definição ou delimitação. Mais do que uma disciplina ou até mesmo um campo interdisciplinas, os estudos de performance configuram, para alguns autores, uma espécie de antidisciplina.
No teatro, nas artes performativas, no cinema, na antropologia, na sociologia, na psicanálise, na linguística, nas pesquisas sobre folclore e nos estudos de gênero, o conceito de performace formula-se a partir de diferentes campos do saber e da expressão artística.
DAWSEY, J. C., MULLER, R. P., HIKIJI, R. S. G., & MONTEIRO, M. F. M. Antropologia e performance: Ensaios Napedra. Editora Terceiro Nome, 2013 (e-book, 2019).
Estruturas musicais do samba-enredo.
Yuri Prado
Esta pesquisa pretende demonstrar as principais transformações da música das escolas de samba do Rio de Janeiro através da transcrição, catalogação e análise de suas estruturas melódicas, harmônicas e formais mais recorrentes. Entre as estruturas analisadas estão as que considerei como características do samba-enredo, as quais são compartilhadas por um grande número de compositores das mais diversas épocas e tendências estilísticas. A partir do seu estudo detalhado, passou-se a reflexões mais amplas relativas à presença do formulismo no processo de composição dos sambistas, o qual pode estar ligado tanto ao modelo oral de pensamento e comportamento ainda existente nas escolas de samba quanto ao fato de o samba-enredo estar inserido em uma lógica capitalista que abarca desde a indústria cultural da qual ele faz parte (gravação de discos, transmissão em rádio e TV) até o próprio modo de escolha das obras que são apresentadas no carnaval.
PRADO, Yuri. Estruturas musicais do samba-enredo. Rio de Janeiro: EDUERJ, no prelo.
Lá do leste: uma etnografia audiovisual compartilhada.
Carolina Caffé e Rose Satiko Gitirana Hikiji
Esse livro reúne resultados de pesquisas que tiveram início em 2009. Nas próximas páginas, estão em cena atores da arte urbana de Cidade Tiradentes com os quais tivemos contato desde a produção do Mapa das Artes da Cidade Tiradentes até o lançamento do filme A Arte e a Rua.
CAFFÉ, Carolina e HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. Lá do leste: uma etnografia audiovisual compartilhada. . São Paulo: Humanitas. . Acesso em: 13 nov. 2024. , 2013. Disponível em https://www.usp.br/ladoleste/livro.html
O Ogan Alabê - Sacerdote e Músico
Vitor da Trindade
A partir de sua experiência e de uma profunda pesquisa, Vitor da Trindade, em seu terceiro livro, analisa a figura do Ogan Otum Alabê no Candomblé, sacerdote de destaque nos rituais religiosos, mas que também é um músico virtuoso. Em uma prosa bastante fluida, quase uma conversa entre amigos, Vitor vai mostrando ao leitor as peculiaridades do Ogan enquanto nos traz toda a riqueza do Povo de Santo e do universo dos Orixás, além de mostrar a importância dos toques do Candomblé para a música brasileira.
da Trindade, Vitor. Ogan Alabê, Músico e Sacerdote, São Paulo, Editora Hortelã, 2023
Oganilu, O Caminho do Alabê
Vitor da Trindade
Estudo não didático sobre os músicos do Candomblé
Da Trindade, Vitor. Oganilu, O Caminho do Alabê, São Paulo, independente, 2019
Ritual e Pessoa entre os Waimiri-Atroari.
Edson Matarezio
Este livro faz uma reflexão sobre a noção de pessoa dos índiosWaimiri- Atroari, povo caribe-guianense, com um foco no ritual deiniciação masculina. O ritual é abordado como um momento deaquecimento das trocas simbólicas deste grupo, em que o neófitoincorpora diversas perspectivas ou pessoas em diversas escalas. Éneste ritual que o socius, as relações e as pessoas waimiri-atroarisão produzidas, momento em que as qualidades que se desejaapropriar circulam e conformam os futuros homens do grupo. Aspáginas que aqui se encontram mostram como são produzidos osverdadeiros homens kinja. Para tornar-se parte do “nós” –perspectiva atualizada durante o ritual, mas que pode ser perdida –,para tornar-se um consanguíneo, o menino deve ser fabricadoenquanto tal, contra-inventando a afinidade.
MATAREZIO FILHO, E. T. Ritual e Pessoa entre os Waimiri-Atroari. São Paulo: Annablume,2014, v.1. p.273.