Entre mundos: Programa 1

Entre mundos: filmes etnográficos, colaborativos e cinemas indígenas em diálogo

Programa 1 - Circulações de Cinemas Indígenas
Menire Djê
Coletivo Bepunu Mebengokre

Pintura corporal realizada por mulheres mebengokre-kayapó.

Kaapora - O Chamado das Matas
Olinda Muniz Wanderley

Uma narrativa da ligação dos Povos Indígenas com a Terra e sua Espiritualidade, do ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e argumento do filme.

Uyana
Frida Muenala

Filme ficcional que aborda a violência sexual em uma comunidade no Equador.
 

Pisada Forte
Coletivo Bepunu Mebengokre

Em Pykarãrãkre, lugar da pisada forte, velhos guerreiros Mebengokre rememoram a aldeia mãe e as histórias dos primeiros contatos. No dia-a-dia da aldeia, atravessam e resistem, a sua maneira, às transformações do mundo que se apresenta.

Mokõi Kovoe
Associação Cultural dos Realizadores Indígenas (ASCURI)

Em um tempo antigo, a mãe de duas crianças pediu para irem buscar lenha, mas com uma condição: Sem brincadeiras na floresta. No caminho, as crianças desobedeceram e se distraem com outras coisas. Pai kuara (Deus Sol) então castiga uma das crianças, transformando-a no pássaro Jáo, que canta triste pela floresta, buscando seu irmão.

Ary Vaí
Associação Cultural dos Realizadores Indígenas (ASCURI)

Durante a pandemia, jovens da ASCURI se organizaram para fazer a Websérie Nativas Narrativas no intuito de mostrar a perspectiva da pandemia enfrentada pelos Povos originários do Mato Grosso do Sul.

Bicicletas de Nhanderu
Patricia Ferreira (Keretxu), Ariel Duarte Ortega

Uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul.

La Travesia de Chumpi
Fernando Valdivia

Este filme foca na vida de três gerações de Achuar, que vivem na Amazônia peruana. Um menino, Chumpi, seu pai, Secha, e seu avô, Irar, fazem uma viagem rio acima até uma cachoeira sagrada, onde os dois adultos tiveram suas visões quando jovens. Eles viajam pela floresta tropical em uma aventura no mundo espiritual desses povos indígenas. Sua jornada oferece uma visão da cultura Achuar, enquanto eles tentam continuar suas tradições enquanto enfrentam conflitos com empresas de petróleo e o mundo industrial invasor.

Semillas de Lucha
Kvrvf Nawel

Semillas de Lucha narra o processo de rebelião de uma comunidade camponesa da província de Esmeraldas dedicada ao plantio de banana no norte do Equador. Explorados pelo usurário e déspota fazendeiro que os subjugou e os transformou em devedores, os camponeses começam a buscar alternativas para sair.

Os espíritos so entendem nosso idioma
Cileuza Jemjusi, Robert Tamuxi e Valdeilson Jolasi

Apenas seis anciões da população Manoki na Amazônia brasileira ainda falam o idioma indígena, um risco iminente de perderem o meio pelo qual se comunicam com seus espíritos. Apesar desse ser um assunto difícil, os mais jovens decidem narrar em imagens e palavras a sua versão dessa longa história de relações com os não indígenas, falando sobre as suas dores, desafios e desejos. Apesar de todas dificuldades do contexto atual, a luta e a esperança ecoam em várias dimensões do curta-metragem, indicando que “a língua manoki viverá!”

O Último Sonho
Alberto Alvares Tuparay

Neste documentário, Alvares segue, como em seus outros filmes, apresentando como personagens centrais os sábios das aldeias guarani. O filme é uma homenagem a Wera Mirim, grande líder da aldeia Sapukai, na região de Angra dos Reis (RJ). Essa homenagem vai alcançar camadas mais profundas do que um simples memorial pois, além de trabalhar com imagens de arquivo do xeramoin (avô, um dos mais velhos da aldeia, na língua guarani) o cineasta mostra essas imagens aos parentes que o conheceram, dando-nos a dimensão do vasto conhecimento que o personagem detinha, mas também registrando a comoção dos espectadores guarani à forma como sua presença alargava e incentivava o sentido da vida em comunidade. Produzido pela Aldeia Sapukai, foi premiado no DocLisboa em 2019, exibido em várias mostras e festivais mundo afora.

Sacha Warmi
Patricia Yallico Y.

O filme Sacha Warmi faz parte de uma série de produções realizadas por um coletivo, a Associação de Cinema e Criadores Audiovisuais de Povos e Nacionalidades (Acapana), que há algum tempo vem realizando sua autorrepresentação a partir da imagem. Yannua, após uma experiência negativa que tem que enfrentar, vai até Mama Sabina, uma mulher sábia e curandeira, que, através da medicina sagrada da Amazônia, permite que ela entre em contato com o guardião do espírito guerreiro que habita toda mulher. 
 

#CuraDaTerra Thelma Cabrera: Curar el Territorio
Andrea Ixchíu e Federico Zuvire/ #HackeoCultural e Federación Guatemalteca de Escuelas Radiofónicas

200 anos após a formação dos Estados-nação, são revelados os pactos entre as elites que promovem a destruição da Mãe Terra e a expropriação dos territórios indígenas. Mulheres que recuperam terras roubadas são alternativas vivas à crise climática. Esta é a história de Thelma Cabrera na Guatemala.

Ete London - Londres Como uma Aldeia
Takumã Kuikuro

Ete Londres segue a viagem feita pelo cineasta Indígena Takumã Kuikuro ao coração de uma das cidades mais movimentadas do mundo: Londres. Deixando por um mês sua família e povo na Reserva Indígena do Xingu, Takumã desembarca na Europa com uma câmera nas mãos, a paixão pelo registro visual e o desejo de explorar as similaridades e diferenças entre sua cultura e a dos Hiper-brancos, termo usado pelos Kuikuro para designar os não-brasileiros. Um documentário bem humorado e antropológico sobre a sociedade ocidental e suas muitas tribos escondidas sob os arranha-céus.

Bimi, Shu Ykaya
Isaka Huni Kuin, Siã Huni Kuin e Zezinho Yube

Bimi tornou-se a primeira mulher indígena Huni Kuin a organizar sua própria aldeia, uma atividade até então exclusiva dos homens. Em sua trajetória de vida, por sua personalidade forte e determinada, enfrentou uma série de dificuldades. Sobretudo devido a questões hierárquicas e tradicionais do povo Huni Kuin, uma sociedade essencialmente patriarcal, resultando na saída de sua terra indígena de origem, culminando na organização de uma nova aldeia, na qual desenvolve vários papéis, dentre eles, pajé de cura, detentora de saberes ancestrais do povo Huni Kuin.

Qillpa - Florescer das Llamas
Ivan Molina

Nas terras altas da Bolívia, província de Nor Lipéz, no departamento de Potosí, na comunidade Culpina K, a comunidade quechua, o Floreado de llamas é uma tradição cultural, que resiste e se procura manter entre os usos e costumes permanentes. É um rito nas proximidades do carnaval, época de floração dos campos, e eles se projetam nesses animais como se estivessem na mesma época de floração. É parte da gratidão à mãe terra por dar vida e relacionamentos recíprocos.

#CuraDaTerra Maria Choc: Curar el Cuerpo
Andrea Ixchíu e Federico Zuvire/ #HackeoCultural e Federación Guatemalteca de Escuelas Radiofónicas

As corporações do agronegócio transformaram nossos territórios em desertos verdes, envenenaram nossos corpos e criminalizaram comunidades que defendem terras ancestrais. Mulheres que lutam pela liberdade são alternativas vivas à crise climática.

#CuraDaTerra Maggie García: Curar el Espíritu
Andrea Ixchíu e Federico Zuvire/ #HackeoCultural e Federación Guatemalteca de Escuelas Radiofónicas

Em tempos de pandemia, ecocídio e genocídio, as mulheres indígenas que defendem a água e praticam a espiritualidade são alternativas vivas para a crise climática. Esta é a história de Maggie Garcia. Realizado na Guatemala este documentário revela como o capitalismo verde busca privar as comunidades indígenas do Lago Atitilán, enquanto as grandes empresas e o governo aproveitam a crise climática para fazer negócios com a água.

Kunhangue Arandu - A Sabedoria das Mulheres
Alberto Alvares Tuparay e Cristina Floria

Kunhangue Arandu – A Sabedoria das Mulheres foi realizado na Terra Indígena Jaraguá, no município de São Paulo, no Brasil, nas aldeias Tekoa Ytu, Tekoa Pyau, Tekoa Itakupe, Tekoa Yvy Porã e Tekoa Ita Endy. Revela o universo das mulheres indígenas Guarani, em sua luta pela transmissão e perpetuação de sua cultura, e as formas de resistência para manter o nhandereko, o modo de ser Guarani.

Meli
Aylén Lonconao Vargas

Melisa é uma jovem mapuche de 24 anos que ainda muito jovem emigrou com a família de sua comunidade para a cidade de Santiago em busca de melhores condições de vida. Depois de muito esforço, quando Melisa está prestes a terminar os estudos universitários, começa a vivenciar situações estranhas e sonhos inexplicáveis... Ela recebeu um chamado ancestral.

Taypi. El espacio de la mediación y el equilibrio
Ivan Molina

O Tinku, é um rito andino realizado na festa de maio, também conhecida como Festa da Cruz, Cruz Andina ou achacaba. É a mesma representação da constelação da Cruz do Sul. É no início de maio que esta se encontra mais próxima da terra, celebrando-se esta estreita relação. As comunidades de K’ak’apata, Katari ti e outras celebram este encontro com suas atividades agrícolas, pecuárias e familiares, como parte do ciclo agrícola e de sua cosmovisão. Na Chaqana celebra-se o espaço de mediação e equilíbrio. Quando a festa chega a Macha, é para que outras comunidades possam se conhecer e perceber o Tinku, o encontro das metades na sua plena integração.

Tecendo nossos caminhos
Marta Tipuici, Cledson Kanunxi e Jackson Xinunxi

Apenas seis anciões da população Manoki na Amazônia brasileira ainda falam o idioma indígena, um risco iminente de perderem essa importante dimensão de seus modos de existência. Decididos a retomarem seu idioma com os mais velhos, os mais jovens decidem narrar em imagens e palavras seus desafios e desejos. A partir da analogia com a fragilidade do algodão que vira fio forte para suportar o peso na rede, Marta Tipuici fala da resistência de seu povo, sua relação com a avó e a esperança de voltarem a falar sua língua nas novas gerações.