Entre mundos: Programa 2

Entre mundos: filmes etnográficos, colaborativos e cinemas indígenas em diálogo

Programa 2: Produções e Processos Colaborativos
As Hiper Mulheres
Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro

Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente.

Obantsi Tsinane. Mujer Chacra
Anina Rojas Sotres e Eusebio Chepe Samaniego Pérez
Guardia comunitaria para defender la Vida
Nixon Andy Narváez, Morella Mendua Criollo, Edgar Quemana Umenda

A comunidade AI Cofán, em Sinangoe, organiza sua guarda indígena para proteger sua vida, território, água e liberdade.

Os donos da água. Conflito e colaboração pela proteção dos rios
Caimi Waiassé, David Hernandes e Laura-Graham

O vídeo mostra a relação do grupo Xavante com os recursos naturais que os cercam e as dificuldades enfrentadas com a sociedade envolvente para solucionarem os abusos ecológicos. Aqui é rememorado o protesto realizado na ponte sobre o Rio das Mortes (proximo a cidade Nova Xavantina) onde os Xavante bloquearam a estrada durante doze horas, das 06:00 as 18:00 hrs, para chamar a atenção das autoridades e da população para os problemas das leis ambientais brasileiras e sobre a degragadação gerada pelo agronegócio.

 

Caso Sarayaku
Eriberto Gualinga, José Santi, Valerio Santi, Diana Albarracin

Em 2013, Sarayaku apresentou uma ação perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, mas as resoluções mais relevantes não foram cumpridas, por isso SARAYAKU DEFENSORES DE LA SELVA ingressou com uma ação por descumprimento de sentença internacional perante o Tribunal Constitucional do Equador.

Don Severo del Puente
Esteban Espejo, Ronald Quispe, René Lovera

Um olhar lúcido e de compaixão sobre o destino de um homem que vive isolado em virtude de seus problemas de comunicação.

Nẽn Ga vĩ – uma retomada kanhgág em movimento
Nyg Kuitá Kaingang e Paola Gibram

Este documentário, co-dirigido pela pesquisadora indígena Nyg Kuitá Kaingang e pela antropóloga Paola Gibram, apresenta reflexões e performances dos integrantes do coletivo de juventude kaingang Nẽn Ga, da Terra Indígena Apucaraninha, localizada no norte do estado do Paraná, na região sul do Brasil. As vozes kaingang – kanhgág vĩ – apresentam-se neste documentário por meio das falas de alguns dos integrantes e de pessoas ligadas ao coletivo, bem como por meio dos cantos – considerados uma das principais formas pelas quais presentificam seus ancestrais [javé] e trazem para perto de si seus jagré [espíritos-guia]. O filme mostra a forte ligação do movimento Nẽn Ga com a escola indígena, explorando as formas pelas quais os kaingang contemporâneos refletem sobre as usurpações culturais e existenciais decorrentes dos muitos anos de contato com os fóg [brancos, não-indígenas] e a necessidade urgente de se retomar as práticas e conhecimentos kanhgág que lhes foram proibidos ou violados – os quais consideram que estavam “dormindo” e agora estão sendo “acordados”. No filme são exibidas cenas da Festa do Pãri, uma das principais retomadas realizadas pelo coletivo. Durante os cinco dias de festa, os kaingang ficam acampados à beira do rio Apucaraninha, durante os quais preparam o pãri, uma armadilha de pesca ancestral kaingang, feita de taquara trançada. O documentário mostra também a participação do Nẽn Ga em eventos de mobilização política indígena, uma das principais vertentes de atuação e formação deste coletivo.

Ma Qilqa Allchijataki- Una carta para mi nieto
Coletivo CEFREC

Uma mulher indígena, hoje na condição de avó, narra a história de três gerações de filhas, mães e avós aimarás, preocupada que seu único neto não perca a identidade, nem ignore a memória histórica de sua família.

Ãjãí: o jogo de cabeça dos Myky e Manoki
André Lopes e Typju Myky

O Ãjãí é um divertido jogo em que somente a cabeça dos jogadores pode encostar na bola. Essa prática, compartilhada por poucos povos indígenas no mundo, está presente entre as populações Myky e Manoki de Mato Grosso, falantes de um idioma de família linguística isolada. Jovens indígenas do povo Myky decidem filmar e editar pela primeira vez o seu jogo, para divulgá-lo fora das aldeias. Mas para organizar essa grande festa, seus jovens chefes encontrarão alguns desafios pela frente.

Pirinop, meu primeiro contato
Mari Corrêa e Karané Ikpeng

Em 1964, os Ikpeng têm seu primeiro contato com os brancos nas margens do rio Jatobá, região próxima ao rio Xingu, no Mato Grosso. Ameaçados em seu território por invasões de garimpeiros, eles são convencidos pelos irmãos Vilas Boas a mudar para o Parque Indígena do Xingu, onde ainda vivem. Inspirados pelas histórias dos antigos sobre o dia em que uma ave-espírito cruzou o céu da aldeia pela primeira vez, os Ikpeng evocam e interpretam, em um misto de tristeza e humor, o encontro que mudou radicalmente suas vidas. Ou o que restou dele: as lembranças, o exílio, a terra abandonada. De um lado, a memória – falha, intensa, reinventada. De outro, o presente, a aldeia, os gestos quotidianos, o desejo de retorno.

Formação Audiovisual de Mulheres Indígenas
Mari Corrêa e Raquel Diniz

O Instituto Catitu propõe ampliar as vozes e a visibilidade das mulheres indígenas capacitando-as no uso de ferramentas e linguagens contemporâneas de produção cultural, como o vídeo e a fotografia, para a valorização dos saberes femininos e o fortalecimento de seu protagonismo. O projeto é uma iniciativa inédita no Brasil que atende a uma demanda das mulheres indígenas por um forma criativa de expressar suas ideias e saberes.

Siekopai
Judy Payaguaje, Jimmy Piaguaje, Ribaldo Piaguaje

A Nação Siekopai lutou por seu território ancestral Pë'ëkëya por anos. Atualmente, as pessoas vivem sob a ameaça do extrativismo sufocando-as cada vez mais. Retornar ao seu lugar de origem é manter sua identidade e sobreviver como povo.

Game Huni Kuin: Yube Baitana (os caminhos da jiboia)
Nadja Marin

Vídeo sobre a produção do videogame Huni Kuin: Yube Baitana desenvolvido junto ao povo Huni Kuin do Rio Jordão.. Um casal de gêmeos kaxinawá foram concebidos pela jiboia Yube em sonhos e herdaram seus poderes especiais. Um jovem caçador e uma pequena artesã, ao longo do jogo, passarão por uma série de desafios para se tornarem, respectivamente, um curandeiro (mukaya) e uma mestra dos desenhos (kene). Nesta jornada, eles adquirirão habilidades e conhecimentos de seus ancestrais, dos animais, das plantas e dos espíritos; entrarão em comunicação com os seres visíveis e invisíveis da floresta (yuxin), para se tornarem, enfim, seres humanos verdadeiros (Huni Kuin).
 

Las manchas del petróleo son para toda la vida
Verónica Grefa, Adrián Álvarez, Miguel Andi

Vídeo produzido pelos realizadores da Federação Fcunae sobre a SOS Amazônia Derrame cujas comunidades quéchua afetadas pelo derramamento de petróleo de 7 de abril exigem justiça.

Popxop
Ana Estrela e Natalino Maxakali

Os Popxop, Macacos-Yãmĩyxop (Po´op-Yãmĩyxop), são aliados cantores do povo Tikmũ´ũn / Maxakali, hoje residentes do Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Periodicamente, vêm às aldeias passar um longo período, que pode se extender por alguns meses, para manejar as saudades de suas mães e pais, pajés homens e mulheres Tikmũ´ũn / Maxakali. Eles cantam as histórias, os segredos, os caminhos e os olhares da Mata Atlântica, imitando e narrando cantos de outros grupos de Yãmĩyxop, seres encantados-cantores que também acompanham e protegem os Tikmũ´ũn / Maxakali. Trazendo saberes e experiências de alegria, garantem a saúde da comunidade e celebram encontros xamânicos que atravessam o território e o tempo.

Wotko e Kokotxi, uma história tapayuna
Kamikia Ksêdjê

Durante décadas, o povo Tapayuna combateu a invasão de suas terras ao norte do Mato Grosso. No final dos anos 1950, com a intensificação da exploração da borracha na região, alguns brancos deram a eles carne envenenada, fazendo com que grande parte do grupo morresse. Doentes e cansados de se defender, os sobreviventes refugiaram-se na região do rio Xingu onde viviam os povos Kisêdje e Kayapó, que os acolheram em suas aldeias. Era o início dos anos 70 e restavam apenas 31 pessoas de uma população estimada em 1.200 na época dos primeiros contatos. Este convívio durou até 2009 quando os Tapayuna, fortalecidos, decidiram reunir-se e criar uma nova aldeia, onde vivem atualmente. O filme conta essa trágica história e o ressurgimento do povo Tapayuna narrados por um casal sobrevivente: Wotkó e Kokotxi: “Chegamos lá ao meio-dia. De tarde o branco matou anta e veado e trouxe para nós. Meus amigos falaram: "Será que essa comida é boa de comer?" O branco envenenou a comida para dar para nós. Eu que não comi, por isso escapei.”

Eiro Apeakotaro - Que No se Pierda
Aleyda Kattya e Leydi Victoria Samaniego Arroyo

Amelia es una maestra lingüista asháninka empeñada en lograr que los niños de su comunidad aprendan su idioma en una cruzada casi solitaria para preservar la cultura e identidad de su pueblo, de la que se siente orgullosa.

A História da Cutia e do Macaco
Wisio Kayabi e Coletivo dos Cineastas Xinguanas

Enquanto o marido Cutia busca comida, a esposa Cutia encontra o Macaco... Baseada em uma narrativa do povo Kawaiweté, esta é a primeira experiência cinematográfica realizada por mulheres da Terra Indígena do Xingu. Reunidas na aldeia Kwaruja durante uma oficina de formação audiovisual do Instituto Catitu, mulheres de 18 a 70 anos pela primeira vez puderam se expressar atrás e na frente de uma câmera.

O Mestre e o Divino
Tiago Campos Torres e Divino Tserewahu

Dois cineastas retratam a vida na aldeia e na missão de Sangradouro, Mato Grosso: Adalbert Heide, um excêntrico missionário Alemão, que logo depois do contato com os índios, em 1957 começa a filmar com sua câmera Super-8; e Divino Tserewahu, jovem cineasta Xavante, que produz filmes para a televisão e festivais de cinema desde os anos 90. Entre cumplicidade, competição, ironia e emoção, eles dão vida aos seus registros históricos, revelando bastidores bem peculiares da catequização indígena no Brasil.

Wapu, o Açaí dos Wayana
André Lopes e Tyna Apalai Wayana

Wapu, açaí na língua wayana, é um fruto nativo da Amazônia. O filme tem como personagem principal este fruto e mostra como como cotidiano, ritual e música estão interligados no passado e no presente. As imagens e sons deste vídeo foram captados por jovens wayana em julho de 2015 na aldeia Suwi-Suwi Mïn, Terra Indígena Rio Paru d’Este (Pará, Brasil). Nesse período foram realizadas oficinas audiovisuais para que eles tivessem o primeiro contato com os equipamentos de gravação.

Festa do Mbebe Akaee
Nadja Marin e Justino Cinta Larga

A festa do MBEBE AKAEE, ou a Festa do Porcão, é a principal festa do Povo Cinta Larga. Os convidados de outras aldeias são convidados a dançar, cantar, beber a chicha de mandioca, se divertir e principalmente flechar o porco do mato. A festa foi realizada na Aldeia Roosevelt, em setembro de 2014.

Piõ Höímanazé. A Mulher Xavante em Sua Arte
Cristina Flória

Realizado na aldeia Xavante Etenhiritipá, na Terra Indígena Pimentel Barbosa, estado do Mato Grosso, em 2008. É um olhar entre os múltiplos ângulos de uma tradição, um instrumento de preservação do patrimônio cultural feminino das mulheres A'uwê, como se autodenominam os Xavante. Revela a riqueza de conhecimento que estas guerreiras mantém há milhares de anos: seus segredos e a arte de viver, Höimanazé, que são transmitidos de geração a geração até os dias atuais. Contribui para elucidar o que o universo feminino indígena suscita dentro de nós para uma compreensão do que é ser humano, ser mulher.

El Soldado Guarayo
Samuel Pérez, Blanca Zapana, Nancy Quispe, Erix Nuñez

Um indígena Guarayo cumpre seu serviço militar em um quartel em El Alto e é obrigado a enfrentar os conflitos sociais de outubro de 2003 ou a chamada Guerra do Gás. No entanto, ele se recusa a atirar em pessoas e reivindica sua origem indígena.

Xandoca
Takumã Kuikuro, Davi Marworno

O documentário narra a trajetória de vida e de luta da Xandoca, ela foi uma grande matriarca do povo Karipuna e carregava consigo toda uma história de resistência ao longo de sua vida em que viveu na aldeia Santa Isabel – Terra Indígena Uaçá no município de Oiapoque no Estado do Amapá.

¡Ni un paso atrás!
Eddy Chinki, David Awananch, Julián Larrea Arias, Tania Laurini, LluviaComunicacion

Homens, mulheres, jovens e crianças na luta! Nem um passo atrás! Solaris Resource fora do nosso território! O povo Shuar Arutam levanta a voz da Amazônia equatoriana contra a imposição da megamineração com a violação dos direitos: #PSHAYaDecidió #NoALaMinería.

Antônio e Piti
Wewito Ashaninka e Vincent Carelli

Uma história amazônica de um amor rebelde que rompe fronteiras morais e culturais da época, narrado por Dona Piti, filha de Chico Coló, um “soldado da borracha”, e por Antônio, um achaninca oriundo do Peru.