Alex Flynn, professor da UCLA, apresentará sua pesquisa sobre os "Caminhos para a utopia no Movimento dos Sem Terra"


Autoria: Vanessa Munhoz • Comunicação do LISA
Arte/Divulgação: Carlos Eduardo Conceição • Bolsista de Divulgação Cientifica do LISA
Publicação: 28/08/2025


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Auditório do LISA
No dia 15 de setembro de 2025, às 16 horas, a edição do Métis Convida contará com a presença de Alex Flynn, professor da Universidade da Califórnia (UCLA), que apresentará a pesquisa "Caminhos para utopia: Temporalidades de transformação no Movimento dos Sem Terra".  
 
Fundado em 1984, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tornou-se uma referência internacional para a luta pela reforma agrária. Durante quarenta anos, o MST representa um farol de esperança e, enquanto outros movimentos progressistas se dissiparam, ele persiste revigorado: 450 mil famílias assentadas; mais de meio milhão de pessoas com acesso à segurança da terra e da moradia. Ainda assim, membros do movimento falam da reforma agrária e do próprio MST como um desejo e uma contradição. O caráter utópico do movimento é discutido, tanto como uma impossibilidade, quanto como uma saída futura, ou seja: um sonho, porém também um dispositivo. Como compreender tais contradições? De que maneira os contornos lineares de uma política utópica se encontram com as formas e fluxos de uma luta geracional continuada que se realiza na terra? A partir de uma perspectiva etnográfica de longa duração, esta fala examina como produtivas tensões internas entre ideais utópicos e práticas contra-utópicas emergentes contribuem à longevidade do movimento, para além de sua reconhecida forte organização e visão coletiva. Ao longo de quarenta anos, a experiência vivida da luta, diferentemente de uma ruptura performativa, enraíza-se em um tempo que se estende e se dilata por meio das ações corporificadas das comunidades e de sua relação com a terra. Nesse sentido, considera-se que o ativismo não é um ato momentâneo, e sim uma prática relacional e contínua — em que até mesmo as menores ações comunitárias reverberam.
 
O evento é organizado no âmbito do projeto temático Métis - Artes e semânticas da criação e da memória, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e tem como meta aproximar diferentes subcampos no interior da Antropologia a partir da noção de criação, compreendida em sentido alargado.