Na memória de anciãos negros da cidade de Campinas residem práticas coletivas de música e dança, tema de minha pesquisa de pós-doutorado "Memórias Vivas de uma Comunidade Negra". Entre os anos 1940 e 1960, grandes bailes negros, com orquestras, traje a rigor, e decoração requintada eram organizados nos mais refinados clubes "brancos", entre três e quatro vezes ao ano. Esses eventos foram essenciais na formação de uma "comunidade negra" sustentada e bem articulada até os dias atuais.
Com a intenção de compreender a importância desse universo de sons, luzes, movimentos e glamour na vida dessas pessoas, surgiu a ideia de uma recriação. Assim, o "Baile para Matar as Saudades", foi realizado em abril de 2014, inserindo meus interlocutores numa experiência de música e dança, e trazendo à tona suas memórias mais diversas.
As imagens reunidas neste ensaio retratam memórias profundamente corporizadas, mobilizadas através da reexperimentação de uma experiência.
Um baile para matar as saudades
Fotografia
Erica Giesbrecht (direção)