Autoria: Maykon Cruz Almeida • Bolsista de Jornalismo Científico do LISA
Arte/Divulgação: Carlos Eduardo Conceição • Bolsista de Divulgação Cientifica
Revisões: Vanessa Munhoz • Comunicação do LISA
Publicação: 29/11/2024
O caminho do Alabê – Ritmos dos orixás e a música brasileira”, ministrado por Vitor da Trindade e Elis Trindade
Aconteceu este semestre a segunda edição do curso de cultura e extensão universitária intitulado O caminho do Alabê – Ritmos dos orixás e a música brasileira, promovido e realizado no Laboratório de Som e Imagem em Antropologia (LISA) e no Teatro Popular Solano Trindade (TPST), com apoio do Departamento de Antropologia da USP. O curso foi coordenado por Rose Satiko Gitirana Hikiji, professora do Departamento de Antropologia da USP (DA-USP) e coordenadora do LISA, e ministrado por Vitor Israel Trindade de Souza, músico, mestre em etnomusicologia pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, presidente e diretor artístico do Teatro Popular Solano Trindade, e por Elis Sibere dos Santos Monte Trindade de Souza, professora de dança afro-brasileira, coreógrafa e coordenadora cultural do Teatro Popular Solano Trindade.
As atividades aconteceram entre os dias 12/09 e 14/11 de forma presencial e se basearam no método Raquel Trindade, que nasce com os ancestrais da Família Trindade e une teoria e prática, e a proposta de movimento, sonoridade e bem-estar como epistemologia. O curso abordou os ritmos dos orixás, danças e manifestações, assim como a influência desses elementos na musicalidade brasileira, com alusão a instrumentistas e sacerdotes dos orixás.
Ogans e a Musicalidade
Vítor e Elis abordaram as funções do ogan, da instrumentação, da sonoridade e danças nos rituais, festas e cerimônias. As comunicações pautaram-se, especialmente, no papel da música e dos toques no culto aos orixás, a sua importância, particularidades e complexidades ao redor das diferentes sonorizações, formas de tocar e ocasiões. Entre os papéis destacados, está o do ogan alabê, que dá nome ao curso e também ao livro Oganilu, O caminho do Alabê e O Ogan Alabê, Sacerdote e Músico, de autoria de Vitor da Trindade. O Ogan alabê é o responsável pela manutenção e conservação dos instrumentos sagrados, assim como por tocar em momentos de rituais e festas.
Como Ogan Alabê Omoloyê do Ilê Axé Jagun, com o auxílio de Elis, Vítor demonstrou alguns toques dos orixás, sua sonoridade, particularidades e formas representativas de danças. Além de destacar a singularidade do atabaque nas cerimônias, pois é ele quem dá o curso e ritmo ao culto, deve ser tocado apenas por pessoas especializadas e ser cuidado e preparado para cada tipo de evento.
A iniciativa corrobora para a difusão de saberes ancestrais e de matriz africana, institucionalizados pela Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da "História e Cultura Afro-Brasileira" no ensino fundamental e médio.
Para mais informações sobre as atividades, acesse o site: https://sce.fflch.usp.br/node/5676. Para conhecer mais sobre o Teatro Popular Solano Trindade, visite as redes sociais do teatro pelo link: TPST.