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Um filme experimental, um diário de campo em formato audiovisual. O Som dos pássaros faz parte da pesquisa de doutorado de Kelen Pessuto, que realizou seu trabalho de campo na Turquia em 2014. O filme é marcado pela solidão, os encontros, os desencontros, as crianças sírias, os curdos e o Dengbêj, uma das maiores manifestações culturais do povo curdo, que utiliza o canto como forma transmissão da língua e histórias curdas.
A música moçambicana Lenna Bahule comenta sua trajetória, a relação com a música brasileira, as referências africanas e se apresenta com o Bahule Quartet no Museu da Imigração em São Paulo, cidade onde reside hoje.
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Este curta-metragem, filmado por jovens apalai durante uma oficina de video, é fruto de um exercício de gravação de um dia na vida do personagem Pintinho (Setina Apalai). O irreverente protagonista convida os jovens aprendizes e os espectadores a acompanharem seu dia na aldeia Bona (TI Parque Indígena do Tumucumaque, Pará). Realizadas entre junho e julho de 2015, essas filmagens foram o primeiro contato desses jovens com uma câmera de vídeo.
Os Wajãpi do Amapá têm seus padrões gráficos Kusiwa reconhecidos pelo Iphan como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Em 2015, os jovens pesquisadores wajãpi decidiram mostrar em vídeo um pouco das características dessas marcas e seus donos, os cuidados e efeitos de sua utilização, e suas preocupações com a prática dessas pinturas nas novas gerações.
Na trilha de seu fazer artístico Chico Saraiva parte ao encontro da experiência de 7 mestres: João Bosco, Sérgio Assad, Paulo César Pinheiro, Paulo Bellinati, Marco Pereira, Luiz Tatit e Guinga. As conversas, com violões na mão, revelam múltiplas formas da música se dar a partir da relação – especialmente fértil no Brasil – entre o violão solo (em seu viés mais ligado à tradição escrita) e nossa canção popular.
O filme, realizado em parceria com um grupo de jovens mulheres da aldeia Tenonde Porã, em São Paulo, mistura ficção e documentário numa narrativa em torno da figura da Piragui, dona dos peixes na tradição Guarani Mbya. Foi realizado em parceria com o LISA (Laboratório de Imagem e Som em Antropologia) da Universidade de São Paulo, orientado pela Profa. Dra. Rose Satiko e com apoio da CNPQ.
Com Nassuradine Adamou.
Documentário ficcional que narra e entrelaça uma série de viagens de figuras históricas e contemporâneas em jornadas entre o Egito, Senegal e Brasil.
“Ele necessita preservar a sua vida”. A frase ecoa a tragédia de quem precisa procurar refúgio. Uma figura silenciosa no palco, coberta de coltan, celulares ensanguentados colados ao seu corpo; uma guerra distante, por refugiados tão próximos.
Performance "Não à guerra do Congo", no 1º Festival do Dia Internacional do Refugiado, 19 de junho de 2016, São Paulo.
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O ensaio audiovisual “Era um corpo de mulher...” consiste em uma experiência de escritura etnográfica audiovisual, tendo sido a sua forma concebida sob os auspícios dessa presunção. Nessa perspectiva, desenvolvemos uma narrativa em que sonoridades, imagens, textos e falas se entrecruzam na construção de uma montagem que favoreça imbricar no mesmo suporte a evocação de uma experiência etnográfica e a produção artística que representa seus protagonistas principais. Nesse caso, enfocando as esculturas de madeira e as peças de barro que retratam as beatas de Juazeiro do Norte – CE.
O performer Shambuyi Wetu poderia ter escrito (na inconsistência da consciência): "Brasil país da fome". Vivo num quarto pequeno e úmido, uma conquista real!
Caminho entre as bitucas do presídio, no silêncio escandaloso do inconsciente.
Cato as dores para processá-las e convertê-las em fumo.
Refugiado do perigo de não ser, me multiplico pelo mundo.
Vivo em São Congo, nem Paulo, nem Congo.
A construção civil? O meu ganha pão. Por quanto tempo?"
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O país recebe o corpo do imigrante, não sua bagagem. Performance de Shambuyi Wetu no VII Forum Social Mundial das Migrações, 10 de julho de 2016, São Paulo.
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Karoline é uma jovem que deseja uma vida mais excitante que seu cotidiano em uma central de telemarketing. Nas ruas de Cidade Tiradentes, o maior conjunto habitacional popular da América Latina, Karoline corre atrás do sonho de ser uma MC, neste lugar que é conhecido como uma Fábrica de Funk. O filme é uma etnoficção que aborda o universo do Funk, prática que envolve música, dança, tecnologia, moda, mercado, e que tem se tornado um dos principais fenômenos culturais da juventude no Brasil.
Fabrik Funk é resultado de uma colaboração entre antropólogas da Universidade de São Paulo e da University of Victoria com moradores de Cidade Tiradentes, que atuam de diferentes maneiras na cena artística deste distrito.
Gravado em junho e julho de 2014, em Cidade Tiradentes/SP, e editado entre São Paulo/Brasil e Victoria/Canadá, em 2014 e 2015, o filme contou com apoio da FAPESP e da UVIC.
Os povos dos Andes Centrais e Meridionais mantêm uma antiga tradição de cultuar Nossa Senhora do Carmo com uma série de danças rituais de personagens mascarados, a qual é entendida como o modo devocional favorito dessa divindade. Esse filme etnográfico apresenta a experiência ritual vivida no vilarejo de Paucartambo, porta de entrada da antiga região incaica do Antisuyu, onde dezenove grupos de danças produzem a cada mês de julho um momento de síntese sociocosmológica a partir da convergência de imagens sobre a ancestralidade, a opressão colonial, a escravidão e as trocas entre habitantes de diferentes pisos ecológicos.
Na entrevista A Musicológica Kamayurá, o Professor Rafael José de Menezes Bastos nos fala de seus anos de formação e de suas primeiras experiências profissionais. Comenta sobre seus principais gurus intelectuais e sobre o contexto político que marca sua atividade profissional na FUNAI na década de 1960 e também os anos de seu Mestrado na Universidade de Brasília. Também são assunto dessa entrevista algumas das principais questões teórico-metodológicas que marcam o livro A Musicológica Kamayurá (1978), tais como a questão da metalinguagem musical e da importância do ritual na constituição dos sistemas musicais, temas que serão retomados em trabalhos posteriores do autor.
Essa entrevista faz parte do Volume 1, n.1 da GIS – Gesto, Imagem e Som. Revista de Antropologia da Universidade de São Paulo, publicada em junho de 2016: www.revistas.usp.br/gis
Em Campinas, interior de São Paulo, mulheres e homens negros, com idades entre 70 e 90 anos, são ativos no movimento cultural negro da cidade, essencialmente dedicado à recriação de repertórios musicais afro-brasileiros considerados tradicionais. Embora sejam considerados mestres nas comunidades musicais atuais, suas memórias de mocidade não remetem diretamente a jongos, sambas de bumbo ou maracatus, mas a bailes de gala. Na conjuntura marcada pela segregação, dos anos 40 a 60, no interior de São Paulo, esses bailes, frequentados majoritariamente por negros, são revisitados, evidenciando-se sua importância para a formação de uma comunidade negra iniciada no passado e continuada no presente.