O título do filme traduz a palavra “Haouka” (mestre do vento, mestre da loucura) mas ao mesmo tempo evoca a situação colonial onde os “mestres” (os europeus) eram vistos como loucos.
Aparecendo por volta de 1927 nas danças de posse songhai, esses gênios muito particulares foram diretamente inspirados pelo exército e pelas administrações francesa e britânica.
Os trabalhadores emigrantes de hoje resolvem a sua adaptação ao mundo moderno através de crises violentas mas controladas de posse do culto Haouka.
Rodado em dois dias, o filme retrata, como nunca antes visto, os ritos de posse dos imigrantes nigerianos em Gana, encarnando figuras da colonização (o governador, o maquinista, etc.) Rouch aí inventa, sob os auspícios de Vertov e Flaherty, o que chama de “cinema-trance”, uma forma de filmar com uma câmara na mão enquanto participa nos acontecimentos filmados e sobretudo de afirmar que o cinema é antes de tudo um olhar empresarial.