PERNAMBUCO

Severina teve seu destino alterado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Grávida de quatro meses de um feto sem cérebro, ela estava internada no hospital na mesma tarde em que o tribunal cassou a permissão para interromper a gestação. Era 20 de outubro de 2004. Plantadora de brócolis de Chã Grande , em Pernambuco , mulher de Rosivaldo e mãe de Walmir , Severina peregrina por fóruns e maternidades por três meses. Pede que lhe abreviem o sofrimento. O documentário testemunha essa trajetória severina- conta o longo dia seguinte que os ministros não acompanharam.

A contracorrente do esquecimento de sua importância social, os trabalhadores têxteis de Pernambuco reconstituem a sua vida cotidiana no auge do poder patronal sobre cidades e bairros industriais; e narram a saga de suas lutas por direitos sociais e melhores condições de trabalho e moradia até os anos recentes. Baseado em pesquisa antropológica e historiográfica feita desde 1976 e retomada para filmagem entre 2006 e 2008.

No primeiro filme de ficção, crianças e adolescentes dos bairros Arruda, Chão de Estrelas e Campo Grande mostram que uma história inventada pode ensinar mais sobre a vida cotidiana que qualquer documentário. Improvisando histórias que queriam contar sobre si mesmas, promovem uma reflexão sobre a vida comunitária, a atividade cinematográfica e o seu poder como ferramenta de autoformação.

Recife tem uma grande diversidade de músicas e danças populares, que se integram em rituais vitais nas comunidades locais. As crianças do CineFavela, buscando ampliar seu saber sobre o tema, entrevistam artistas conhecidos em Pernambuco, investigando sobre história, filosofia, ritmos das músicas locais, e sobre as danças populares nordestinas.

Cansados de sentirem-se impotentes frente à violência que abala suas comunidades, doze crianças e adolescentes das favelas do Recife dedicam-se a gravar um disco de música rap. Aprendem a compor música no computador, a escrever poesia, a se apresentar publicamente, e a pesquisar o bom e o ruim da sua comunidade. Compõem músicas que mostram seu saber, sua e vontade de mudança. No processo, também chamam o público a tomar responsabilidade pela guerra na periferia.

Curta exibido no XV Festival Internacional de Curta Metragens de São Paulo. Formação do Olhar.

Os índios Pankararu, originários da aldeia Brejo dos Padres, próxima às margens do Rio São Francisco (sertão de Pernambuco), começaram a migrar para São Paulo a partir de 1950, fugidos da seca, da fome e dos conflitos com posseiros de terra. Muitos se fixaram na favela do Real Parque, próximo ao Rio Pinheiros, onde somam cerca de 500 pessoas, num total de 1500 espalhados pelo município de São Paulo, em busca de sonhos e uma nova forma de vida. O documentário pretende ser um caleidoscópio da visão Pankararu acerca desta viagem que não tem fim.

Este vídeo revela os percalços do cotidiano das bailarinas do grupo pernambucano de balé Majê Molê, focando a vida de duas meninas e suas relações com pais, filhos e as outras integrantes do grupo.

Sobre a arte popular do Mestre Vitalino (1909-1963), nascido em Alto Moura no sertão pernanbucano, cujos bonecos de cerâmica por ele confeccionados se tornaram popularmente conhecidos. Após a sua morte esta cidade se transformou num polo de produção deste tipo de cerâmica figurativa, sendo exportada pelo Brasil e fora do país.

Poetas e compositores do Recife mostram a sua arte, suas influências e transformações. Da embolada e do maracatu ao mangue beat, do movimento armorial ao hip hop pernambucano, o documentário inclui depoimentos de Lenine, Otto, Siba, Silvério Pessoa, Nação Zumbi, Antonio Nóbrega e Sebastião Uchoa Leite, Jorge dü Peixe, Fred Zero Quatro, Zé do Pinho entre outros.