RITUAL FUNERÁRIO
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ENTERROS MACONDES
Enterros em Maiapa e em Binyamen. Na segunda parte (a cores), vê-se Jorge Dias a conversar com um grupo de homens, espera-se, abre-se a cova, muita gente à volta, plano dos cântaros com água, chega o irmão, o morto chega enrolado num pano, miúdos espreitam curiosos, cantam, plano das pessoas e ir para casa (CAC). “[Maiapa:] Depois do morto ser enterrado fazem uma grande festa, e bebem – a família não, ela fica quieta –, mas o clã amigo, que tem mesmo a obrigação de fazer disto uma pândega... assim não precisam eles próprios de ter o trabalho... põem a terra outra vez lá dentro, molham com a água dos potes. Aqui já fizeram a cova e tiram a terra com este chelo, este cesto largo, chato; aqui têm os chilongos, estas coisas para a água que é trazida do poço para se molhar a terra. (...) [Binyamen:] Esta é uma das cenas mais comoventes... Eu gravei de muito longe porque não conhecíamos a aldeia e não podíamos ir mais perto sem interromper o que estão a fazer e então eu gravei de muito longe o que ela canta, e é comovente, está no disco. Isto é o caminho, estão à espera do irmão dela que vinha; olha, aqui está ele, sem uma palavra, entra na aldeia, passa, entra na casa, e agora já trazem o morto...” (MD). “Quando nos aproximamos, ouvia-se o choro das mulheres. Era uma toada impressionante: meio canto, meio gritos cantados (...)” (MM III: 272).
Sinopse da coleção:
Entre 1958 e 1961, a antropóloga Margot Dias (1908-2001) realizou 28 filmes em Moçambique e Angola, pertencentes ao Arquivo Fílmico do Museu Nacional de Etnologia. Produzidas no contexto das “Missões de Estudos das Minorias Étnicas do Ultramar Português”, dirigidas por Jorge Dias, estas imagens constituem uma das primeiras utilizações do filme etnográfico no âmbito da antropologia portuguesa.
Esta edição inclui todos os filmes realizados naquelas campanhas de pesquisa, assim como a sonorização feita a partir das gravações de som nos mesmos terrenos pela própria Margot Dias. A identificação, a organização temática e a sonorização dos filmes foram asseguradas por Catarina Alves Costa.
Também se inclui, como extra, uma entrevista inédita a Margot Dias conduzida em 1996 por Joaquim Pais de Brito, então diretor do Museu Nacional de Etnologia.
Inclui brochura ilustrada de 76 páginas.
NGARAP: LUTANDO POR UM CADÁVER
Dois documentários compõem o programa "Dois filmes sobre cremação em Bali". Este episódio resulta das gravações do Prof. Anthony Forge feitas em Djumpai, no leste de Bali a partir da cremação de uma velha morta em fevereiro de 1973. O filme é inacabado em virtude da morte de Forge no mesmo ano. Além destas imagens, o filme mescla imagens de pinturas coletadas pelo diretor - hoje parte da coleção do Museu australiano em Sidney - e imagens filmadas por Gregory bateson em 1937.