Chimveko: grupo, assobios pequenos, só rapazes, começam a dançar. A melodia vai de rapaz a rapaz. Chipendani: arco grande na boca e pauzinho com que se toca. Menino sozinho a tocar. Chivelane. Chitende: miúdo pequeno, grande palco, toca muito concentrado e parece estar também a cantar. Ng’odo: marimbeiros em três filas, muita gente a tocar ao mesmo tempo, xilofones grandes. Dançascom muitos homens, parece ser uma dança guerreira com escudos, ao som do instrumento, Ng’odo (CAC).
É incrível a sinfonia que eles fazem com a orquestra de marimba. O do meio é como que o maestro da orquestra, dá os sinais. São composições feitas com texto, uma certa crítica social, a troçar de uma pessoa que teve uma desordem com a mulher, críticas ao régulo, ao administrador, socialmente é muito interessante. (...) As poucas semanas que estive em Gaza tinha tanta coisa para fazer, tinha um tempo limitado. Primeiro, fomos ao administrador desta parte que era muito simpático. Depois, fomos a Banguza, ele falou com o régulo e pediu, combina-se, eles estão habituados. Já tinham tocado para o Américo Tomás em Maputo, onde tiveram que tocar o hino nacional, afinaram os instrumentos de um modo especial. (...) Quando estivemos em Mueda era diferente, as situações repetiam-se, nesta dança, por exemplo, certas mulheres vão para o meio dançar, mas eu não pude estudar isto, não tinha tempo” (MD).
“Mas onde melhor se prova a capacidade dos Moçambicanos é no próprio campo musical. Em Moçambique algumas formas de música sobressaem acima do nível geral. O exemplo mais destacado são as orquestras marimbas, elemento importante da cultura chope. Não só a forma original (uma espécie de suíte orquestral, ng’odo, com 9 a 11 andamentos de carácter variado e tradicional, junto com um coro de homens cantante de dançante), como também a função social dentro do povo, são sinais de uma organização bastante evoluída e sábia” (MD 1996: 14).