Capítulos

"’... It gets better when the people come to dance!’": The role of participatory music in the black community of Campinas"
Érica Giesbrecht
Este artigo aborda as formas como o movimento social negro evoluiu de uma autoapresentação discursiva e ideológica para a adoção de formas expressivas relacionadas a um passado ancestral na cidade de Campinas, uma cidade de médio porte do estado de São Paulo, Brasil. A música teve papel essencial nessa transição, pois teve uma longa inscrição na história dos africanos escravizados trazidos para o Brasil e empregou uma forma participativa de produção. Meu objetivo neste capítulo é analisar como essas estruturas musicais participativas não apenas criam um sentimento de compromisso com a comunidade negra, mas também promovem uma ressignificação de sentimentos de pertencimento, redefinindo o próprio conceito de “comunidade negra”.
GIESBRECHT, Érica. "’... It gets better when the people come to dance!’": The role of participatory music in the black community of Campinas". In BRUCHER, Katherine; REILY, Suzel. The Routledge Companion to the Study of Local Musicking. 2018
Caminhos, conversas, engenhos e amores: experimentos em um laboratório de imagens, sons e antropologia.
Rose Satiko Gitirana Hikiji
Capítulo discute a produção audiovisual do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia da USP, a partir da análise de algumas obras realizadas junto ao LISA.
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. Caminhos, conversas, engenhos e amores: experimentos em um laboratório de imagens, sons e antropologia. Contro-sguardi: diálogos de antropologia visual entre Brasil e Itália. Tradução . São Paulo: Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária - USP, 2014. Não está disponível online
Da arte de rua a fábrica de funk: jovens artistas periféricos em movimento.
Rose Satiko Gitirana Hikiji
Capítulo apresenta a produção do funk e do rap em Cidade Tiradentes, periferia de São Paulo, a partir da experiência da produção de filmes etnográficos na localidade.
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. Da arte de rua a fábrica de funk: jovens artistas periféricos em movimento. História oral e comunidade: reparações e culturas negras. Tradução . São Paulo: Letra e Voz, 2018. . Disponível em: https://biblio.fflch.usp.br/Hikiji_RSG_3146781_DaArteDeRua.pdf.
Etnoficção: uma ponte entre fronteiras.
Alexandrine Boudreault-Fournier, Rose Satiko Gitirana Hikiji e Sylvia Caiuby Novaes
As autoras discutem a etnoficção, a partir da experiência da produção de um filme sobre o universo do Funk em Cidade Tiradentes.
BOUDREAULT-FORNIER, Alexandrine e HIKIJI, Rose Satiko Gitirana e CAIUBY NOVAES, Sylvia. Etnoficção: uma ponte entre fronteiras. A experiência da imagem na etnografia. Tradução . São Paulo: Terceiro Nome, 2016. Disponível em https://terceironome.com.br/a-experiencia-da-imagem/
Memória e verossimilhança nos retratos pintados da ladeira do Horto.
Ewelter Rocha
A contarmos da primeira metade do século XIX, as histórias da antropologia e da fotografia mereceram capítulos vinculados, que atestam uma relação de proximidade ao longo de suas trajetórias. Nos dias atuais, considerando-se o universo de saturação do mundo das imagens, referenciado por muitos autores como “pós-fotográfico”, à guisa das confidências entre fotografia e antropologia, o que se subscreve é um cenário de reflexões críticas sobre “os usos” e “o pensamento” das imagens fotográficas em suas perspectivas antropológicas. Nesse cenário, emerge também um arco de problematizações acerca de um conhecimento próprio das imagens e indaga-se sobre qual é o lugar das imagens e o que queremos delas. O capítulo discute o poder de agência, o estado sagrado e de culto atribuído aos
retratos pintados da Ladeira do Horto em Juazeiro do Norte – CE.
Memória e verossimilhança nos retratos pintados da ladeira do Horto. In: Sylvia Caiuby Novaes. (Org.). Entre Arte e Ciência: A Fotografia na Antropologia. 1aed.São Paulo: EDUSP, 2015, v. 1, p. 123-141.
Música e arte como conhecimento.
Jorge Luiz Ribeiro de Vasconcelos
Trata-se de um capítulo de livro que relata experiências e reflexões inspiradas na prática de um componente curricular do curso BICULT (Bacharelado Interdisciplinar em Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas) do centro CECULT da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O componente tem o nome de “Conhecimento, Ciência e Realidade” e refletir sobre ele possibilitou ponderações bastantes amplas e oportunas sobre a prática docente num contexto interdisciplinar. A tríplice articulação que seu nome carrega, sugere pensarmos e, consequentemente, propormos uma interdisciplinaridade que se esteie num princípio de equidade de saberes. Partindo disso, o foco central do texto é a condição das linguagens artísticas (com ênfase na música) como modos específicos de produção de conhecimento. Conhecimento que extrapola as fronteiras de pensar e fazer com sons e buscar suas relações com outras formas de estar no mundo e investigá-lo. E o faz a partir de um modo de operar e de uma construção de si baseados na escuta. No sentido da audição modulado e amplificado pela possibilidade de intercambiar sentidos (significados) que seres humanos atribuem aos sons, que se produzem e que se ouvem.
VASCONCELOS, Jorge Luiz Ribeiro de. Música e arte como conhecimento. In: Sérgio Ricardo Oliveira Martins; Sarah Oliveira Carneiro. (Org.). Conhecimento, Ciência e Realidade. 01ed.Cruz das Almas BA: Editora UFRB, 2022, v. 9, p. 77-102.
Objeto, imagem e percepção: forma e contemplação dos altares do Horto.
Ewelter Rocha
O Capítulo aborda os regimes de sacralidade envolvidos no ato de contemplação dos altares domésticos da Ladeira do Horto, em Juazeiro do norte. Os objetos sagrados, a produção mimética de fisionomias e os rigores devocionais na sala de santo constituem os objetos centrais desse estudo.
Objeto, imagem e percepção: forma e contemplação dos altares do Horto. In: Andrea Barbosa, Edgar Teodoro da Cunha, Rose Satiko Gitirana Hikiji, Sylvia Caiuby Novaes. (Org.). A Experiência da Imagem na Etnografia. 1ed.São Paulo: Terceiro Nome, 2016, v. , p. 229-244.
Perigosos festeiros – as máscaras Ticuna 60 anos após Harald Schultz
Edson Matarezio
Como bem notou Harald Schultz, a iniciação à vida adulta é a “ festa mais im po rta nte na vida de uma mulher [T icu na]” 150. Nas comunidades em que se faz a Festa da Moça Nova - em geral, as aldeias T icu n a 151 sem grande influência de missões evangélicas - , esse contin u a a ser o p rin c ip a l ritu a l. Após menstruar pela prim eira vez, a moça deve permanecer reclusa. A festa marca, portanto, a saída da moça da reclusão (aure). A celebração dura cerca de três dias, começando na sexta-feira e terminando no domingo. Ao longo da festa, são encadeados diversos pequenos rituais, formando uma seqüência complexa
MATAREZIO FILHO, E. T. Perigosos festeiros – as máscaras Ticuna 60 anos após Harald Schultz In: CULTURAS INDÍGENAS NO BRASIL E A COLEÇÃOHARALD
Possibilidades de uma audição da vida social.
Rose Satiko Gitirana Hikiji
Capítulo discute as possibilidades de uma antropologia musical.
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. Possibilidades de uma audição da vida social. O imaginário e o poético nas ciências sociais. Tradução . Bauru: EDUSC, 2005. Não está disponível online.
Rooms for Resistance: migration and social markers of difference in Berlin queer electronic underground music scene.
Gibran Teixeira Braga
In this chapter I present an ethnography on queer electronic music parties in Berlin. Starting with an account of my own experience of the scene as a foreign DJ, partygoer and researcher, I discuss the relevant role of migrants and people from different nationalities in its formation. These parties provide spaces for experimentation of new arrangements of social markers of difference, especially gender and sexuality. Despite this, there are still some conflicts regarding these social markers, including race and nationality. They raise new issues about integration and inequality in this vibrant scene.
BRAGA, Gibran Teixeira. Rooms for Resistance: migration and social markers of difference in Berlin queer electronic underground music scene. In KENNY, Ailbhe; YOUNG, Katie; PARDUE, Derek. Sonic Signatures: How Migrant Music Constitutes the City at Night. Bristol, Intellect, pp. 227-222
Taquaras, tambores e violas: fazeres musicais em narrativas audiovisuais.
Alice Villela
Este trabalho analisa alguns elementos presentes no processo da construção da série documental Taquaras, Tambores e Violas que aborda a construção de instrumentos musicais e performances musicais brasileiros. A análise de elementos ou forma estética é realizada em diálogo com o uso do filme na etnomusicologia, trazendo questões e reflexões sobre a importância de se pensar na forma de construir narrativas por meio do audiovisual em diálogo com os contextos etnográficos pesquisados. O fazer audiovisual é pensado aqui como uma “tecnologia da interatividade” (APPADURAI, 1996) e uma forma de musicar (SMALL, 1998) que captura, por sua vez, outras formas de engajamento com a música ou musicares.
VILLELA, ALICE. Taquaras, tambores e violas: fazeres musicais em narrativas audiovisuais. In: Ezequiel Martins Ferreira. (Org.). Arte e cultura: produção, difusão e reapropriação. 1ed.Ponta Grossa: Atena, 2021, v. 1, p. 190-196.