POBREZA - MISÉRIA

O documentário "Heliópolis", baseado em pesquisa da Profa. Dra. Maria Ruth Amaral de Sampaio, aborda aspectos da evolução da maior favela da cidade de São Paulo, através de depoimentos de moradores que atuam em diversas atividades que buscam a melhoria da qualidade de vida local.

Este documentário é um encontro de gerações, duas visões de um mesmo mundo. O cenário é o sertão cearense, uma das regiões mais secas e pobre do país. Os personagens são quatro vaqueiros, dois jovens e pragmáticos, os outros dois veteranos e românticos. Eles nos falam com orgulho das tarefas mais simples do seu cotidiano e questionam o destino da sua profissão.

Década de 60: 100 mil nordestinos deixavam as zonas rurais do Nordeste com esperança de vida melhor em São Paulo. Neste filme documenta-se a chegada do trem do norte - lembrando na época do lançamento do filme: "Viramundo não é um. São muitos"- abordando a vida dos migrantes em São Paulo.

Após a repercursão e o sucesso de "Rio 40 graus", Nelson Pereira dos Santos prossegue sua trajetória com um cinema que acontece nas ruas, em que o personagem principal é o povo sofrido da cidade. Em seu segundo longa-metragem, Santos conta a história de um modesto compositor de escola de samba, interpretado por Grande Otelo. A grande dificuldade de viver da música, os problemas com o filho que acaba assassinado por pivetes. Ao cair de um trem, o sambista agoniza e relembra os episódios mais importantes de sua vida difícil e sonha em ter seu samba gravado por Ângela Maria.

O compositor carioca Bezerra da Silva vai "onde a coruja dorme" (morros cariocas e baixada fluminense), lugar onde existe uma produção musical brasileira específica que expressa que é viver nas favelas do Rio de Janeiro. Canções feitas por trabalhadores, compositores anônimos são aqui garimpados por Bezerra.

Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil. Nos relatos que ela ouve e transcreve, surge um Brasil desconhecido e fascinante, um verdadeiro panorama da população migrante, que tenta manter os laços com os parentes e o passado. Uma das clientes de Dora é Ana, que vem escrever uma carta com seu filho, Josué (Vinícius de Oliveira), um garoto de nove anos, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Na saída da estação, Ana é atropelada e Josué fica abandonado. Mesmo a contragosto, Dora acaba acolhendo o menino e envolvendo-se com ele. Termina por levar Josué para o interior do nordeste, à procura do pai. À medida que vão entrando país adentro, estes dois personagens, tão diferentes, vão se aproximando... Começa então uma viagem fascinante ao coração do Brasil, à procura do pai desaparecido, e uma viagem profundamente emotiva ao coração de cada um dos personagens do filme.

Jamil Alves da Silva é um metalúrgico aposentado que se tornou pastor evangélico e fundou, em janeiro de 1999, sua própria igreja chamada "Casa de Oração Jesus é o General" em Santa Cruz - antiga zona rural do Rio de Janeiro onde moram dezenas famílias de migrantes nordestinos. Este vídeo acompanhou o desenvolvimento dessa igreja ao longo do ano para ver porque uma doutrina que prega a abstinência de tantas coisas tais como bebida, fumo, saia curta, carnaval e até futebol é capaz de atrair precisamente aqueles que já têm tão pouco.

Este documentário trata da relação que os emigrantes, sobretudo os nordestinos, travam com a cidade de São Paulo. As várias linhas piratas de transporte para o Nordeste mostram que parte desses migrantes, quando podem, voltam para visitar seus familiares em suas terras natais e para isso usam esse tipo de transporte clandestino. Apesar de ser menos seguro é, porém, mais barato do que as linhas oficiais. Dando-se voz a esses migrantes passageiros, tanto a questão do transporte quanto a questão do emigrante e de sua condição na cidade grande aqui são abordadas. Outro ponto interessante é o dia a dia do Serviço Social da Rodoviária do Tiete local que diariamente lida com emigrantes perdidos, sem local para ficarem em São Paulo e sem dinheiro para retornarem de onde vieram.

O Vale do Paraíba, região onde prosperou a cultura do café durante o fim do século séc XIX e início do XX, é revisitada por este documentário no fim do século XX. A prosperidade e riqueza do passado são contrastadas com a decadência e pobreza do presente através dos depoimentos dos atuais fazendeiros da região. A derrubada inconsequente das matas e o empobrecimento do solo, fruto de políticas econômicas irresponsáveis são tidas como as causas do empobrecimento de uma área outrora tão rica. Antigos casarões imponentes, hoje quase em ruínas, mostram qual foi o destino da região neste trabalho que traz em si leituras de vários textos de figuras importantes da História do Brasil, tais como José Bonifácio, André Rebouças, Monteiro Lobato, Gilberto Freire, etc.

Um dia qualquer da vida de um motorista de ônibus, uma empregada doméstica, um office-boy, um vendedor ambulante e uma dançarina, todos trabalhadores da cidade do Rio de Janeiro, são retratados neste documentário. As diferente estratégias de sobrevivência são colocadas lado a lado através dos depoimentos destes que trabalham numa das maiores metrópoles brasileiras. Esses trabalhadores falam de suas atividades, seus sonhos, suas dificuldades de locomoção e do que fazem nas raras horas de lazer que lhes sobram.