FRANÇA

Este filme conta uma dupla estória: a vida de um casal e o nascimento de um romance. Edgar e Milene vivem reclusos e não podem dialogar, mas se amam e seu amor dará vida a uma criança. Quanto ao romance de Edgar, ele nasce do nada, à primeira vista, já que Edgar passeia sozinho pela Ilha de Noirmoutier. Mas, pouco a pouco, ao acaso de seus passeios, ele encontra alguns personagens cotidianos: um médico, uma dona de hotel, uma quitandeira, duas meninas bizarras, dois camelôs intrometidos e um homem estranho que se torna "a fera que o impedirá de escrever em círculos". Estes personagens - dos quais ele sabe nada ou muito pouco - tornam-se, transformados ou imaginados por Edgar, as "criaturas" de seu romance, os peões de um jogo que ele inventa: o jogo da derrota. Enfim, o romance de ficção e o jogo da derrota organizam-se diante do espectador, enquanto as "criaturas" ganham vida ao longo de uma dura partida, na qual Edgar defende não apenas suas convicções, mas também seu amor.

Um carpinteiro ama sua mulher, seus filhos e a natureza. Em seguida, ele encontra uma outra mulher, funcionária dos correios, que adiciona felicidade à sua felicidade. Sempre apaixonado por sua mulher, ele não quer se privar, nem se esconder, nem mentir. Um dia, durante um piquenique em Ile de France, o drama se mescla às delícias: a esposa se afoga num lago. O carpinteiro e a funcionária dos correios viverão juntos e criarão as crianças. Eles farão um piquenique, mas já é outono. O amor é algo natural? Onde começa o moralismo? Quem precisa da verdade? O filme, com as cores sensuais do Impressionismo, é venenoso como um belo fruto bichado e cruel como a música de Mozart.

Década de 60. Angustiada, uma cantora francesa vaga por Paris durante duas horas, enquanto espera o resultado de uma biopsia para saber se está com câncer.

Um homem e uma mulher estão a ponto de se separar, após quatro anos de vida em comum. O homem passa férias em seu vilarejo natal, uma aldeia de pescadores próxima a Sète, chamada Pointe Courte. A mulher vem juntar-se a ele, antes da provável separação definitiva. Ambos passeiam, sonham com seu passado, confrontam seus sentimentos, numa busca incerta por si próprios. No entanto, em torno deles, misteriosamente indiferentes e solitários, os pescadores seguem sua vida entre a coleta de mariscos nos mangues e a ameaça dos funcionários do controle de higiene. Uma criança morre, um casal se casa e nos dias de festa, há competições sobre os canais de Sète. O casal tece seu próprio destino nesta trama humana e, ao final desta busca onírica, eles estarão novamente reunidos

Duas jovens vivem em Paris em 1962: Pauline, 17 anos, é estudante e sonha em largar sua família para virar cantora. Suzanne, 22 anos, ocupa-se de seus dois filhos. Elas se separam e, cada uma de sua parte, continuam sua batalha diária. Elas se reencontram dez anos depois, numa manifestação. Suzanne trabalha num escritório de planejamento familiar e Pauline tornou-se cantora. O destino irá uni-las novamente mais tarde, em 1976, quando elas já terão experimentado a frase de Simone de Beauvoir que conclui os créditos do filme: "Mulher não se nasce, torna-se."

Em julho de 2005, dezessete índios Wauja do Alto Xingu apresentaram um espetáculo inédito no Festival de Radio France. O espetáculo foi baseado em seqüencias rituais estruturadas por músicas de flautas, coros, solos e por danças de máscaras. Como adaptar peças performáticas de um ritual à lógica de um espetáculo de duas horas e meia? Este vídeo mostra aspectos do resultado cênico-musical dessa adaptação, concebida a partir do diálogo entre o antropólogo Aristóteles Barcelos Neto e os artistas Wauja.

As antropologas Carmem Rial e Miriam Grossi acompanham Jean Rouch pelas ruas de Paris enquanto ele nos fala das ideias mestras que orientam seu trabalho como cineasta-etnologo.

Numa escola primária na região de Auvergne, França, Georges Lopes é professor de uma turma de 13 crianças, entre 4 e 10 anos. Lopes ensina três grupos de diferentes idades em lições separadas. O filme aborda a relação de confiança e afetiva travada entre professor e aluno e tudo o que isso implica.

Um metavídeo baseado sobre a etnografia realizada em oficinas audiovisuais visando a reinserção de pessoas sem domicílio fixo (SDF) em Paris.

Making off da concepção e filmagem de audiovisual realizado durante uma oficina de vídeo para pessoas sem domicílio em Paris. Neste curta-metragem, a autora, Sabiá·, 30 anos, filha de mãe camaronesa e de pai mauritaniano representa uma "oferenda" feita aos ancestrais com objetos provenientes de suas duas culturas de origem. O filme, que não previa fala alguma, tem uma carga simbólica extraordinária e seria dificilmente compreensível sem os depoimentos que ela fornece ao antropólogo enquanto filma. Através de concepções animistas, herdadas da mãe, o objeto fílmico retoma o motivo atribuído ao sofrimento e exclusão social: a morte de seus filhos. Compreende-se, finalmente, o caráter ritual atribuído à própria filmagem, através da qual ela ressignifica tal perda enquanto "doação" aos ancestrais.