SÃO PAULO

Em Campinas, interior de São Paulo, mulheres e homens negros, com idades entre 70 e 90 anos, são ativos no movimento cultural negro da cidade, essencialmente dedicado à recriação de repertórios musicais afro-brasileiros considerados tradicionais. Embora sejam tomados como mestres nas comunidades musicais atuais, suas memórias de mocidade não remetem diretamente a jongos, sambas de bumbo ou maracatus, mas a bailes de gala. Na conjuntura marcada pela segregação dos anos 40 a 60, no interior de São Paulo, esses bailes, frequentados majoritariamente por negros, são revisitados, evidenciando-se sua importância para a formação de uma comunidade negra iniciada no passado e continuada no presente.

Documentário realizado como registro do projeto “Bloco a Bloco” no Centro Universitário Senac. O projeto nasceu em 2007 como resultado da parceria entre a “Zoom Education for Life” e a “Lego Education” e desde então vem desenvolvendo práticas com jovens e crianças do país. O processo se dá na criação e robotização de maquetes de LEGO a partir de projetos que se pautam na observação crítica dos territórios e localidades em que estão inseridos os estudantes. O documentário apresenta relatos de uma destas experiências com base em um projeto voltado à mobilidade urbana.

Ficção sobre a “alta cultura” versus a “cultura das ruas”. Trata-se de um assalto a um museu motivado, a princípio, pelo exclusivo interesse em obter lucro com o sequestro de um quadro bem avaliado no mercado. Em meio às ações do grupo, a discussão sobre o que fazer desenvolve-se a partir de ambigüidades entre o crime e a arte.

O documentário propõe reflexões sobre a relação entre arte e cidade a partir do acompanhamento de grupos de diferentes vertentes artísticas que realizam intervenções urbanas em bairros periféricos de São Paulo. As atividades culturais realizadas pelos coletivos estão vinculadas ao: teatro, grafite, música, empréstimo gratuito de livros e distribuição/divulgação de poesias.

Na estação de trem Estudantes, Mogi das Cruzes - São Paulo, começa mais uma jornada na vida de quase meio milhão de pessoas, que dependem do trem para se deslocarem diariamente de suas casas, nas cidades periféricas da zona leste da Grande São Paulo, à capital paulista. O filme traça um olhar polifônico sobre essa viagem, em que arte, religião e trabalho são alguns dos aspectos retratados. O trem é observado como um espaço de contínuo processo de significação e reutilização: um permanente variante.

Bandeiras, panfletos e discursos. Na cidade que não para, o mercado imobiliário se expande cada vez mais, envolvendo trabalhadores com diferentes posições e variados anseios.

Tendo a cidade de São Bernardo do Campo como cenário para contar uma história comum nas grandes metrópoles brasileiras, dois jovens em uma moto, indo para casa, são abordados por policiais. “Enquadrados”, cada um relata o seu ponto de vista sobre a simples pergunta: “Onde você está indo?”. Como as respostas são divergentes, os policiais suspeitam da má fé dos dois - que são tratados com violência. O filme é um conto urbano sobre pessoas que vivenciam momentos ímpares em seus cotidianos.

Produção realizado com câmera de segurança narrando uma situação no portão de acesso à cidade de “Flower Town”, onde dois guardas controlam a entrada e saída de civis.

Documentário acerca da história da fundação de São Paulo e a relação com seus rios. O filme aborda as transformações sofridas pelos cursos d’água ao longo dos últimos séculos e as motivações sociais, políticas e econômicas que orientaram a cidade a se moldar como se elas não existissem.

Jennifer, uma garota de 17 anos moradora da Vila Nova Cachoeirinha, manipula suas fotos no Photoshop para ficar com a pele mais clara e com cabelos lisos. Jennifer vive dilemas relativos à sua identidade, precisa lidar com as inseguranças típicas da adolescência e de sua entrada no mundo do trabalho em uma sociedade calcada nos significados de branquitude. O filme pode ser visto enquanto parte de um panorama delicado e duro sobre a construção da identidade nas periferias, fazendo parte da coletânea "Mostras Coordenadas - Política e audiovisual entre centros e periferias".