SÃO PEDRO - HOFFMAN BIKERS
Curta exibido no XV Festival Internacional de Curta Metragens de São Paulo. Formação do Olhar.
Curta exibido no XV Festival Internacional de Curta Metragens de São Paulo. Formação do Olhar.
"Vai indo que eu já vou" trata do imaginário da morte, sobretudo da maneira como fantasiamos a nossa própria morte e o seu entorno. Um cineasta e escritor, um irlandês ex-padre, duas donas-de-casa e um mecânico pernambucanos, um mexicano dono de restaurante, um dono de cemitéio, uma florista, duas jovens vendedoras e uma produtora deixam de lado o pudor e revelam como querem as coisas "naquela" hora.
Um passeio pelo centro da Cidade do México enfocando suas personalidades e figuras excêntricas que dividem o espaço.
Por toda a França, Agnès Varda encontra catadores e catadoras, respigadores e recuperadores. Por necessidade, acaso ou escolha, eles entram em contato com os restos dos outros. A partir de um célebre quadro de Millet, o filme de Varda é um olhar sobre a persistência na sociedade contemporânea dos respigadores, aqueles que vivem da recuperação de coisas (detritos, sobras) que os outros não querem ou deixam para trás. A catadora, nesse sentido, é a própria Agnès Varda, que experimentando pela primeira vez uma pequena câmara digital, se quer assumir como uma "recuperadora" das imagens que os outros não querem ver nem fazer, e que portanto deixam para trás ("le filmage est aussi glanage"). Um filme lúcido e livre, mediado pelas "mãos que envelhecem" da própria cineasta.
Daguerreótipos não é um filme sobre a rua Daguerre, pitoresca rua do 14o distrito de Paris, mas sobre um pedacinho desta rua, entre os números 70 e 90: um documento modesto e local sobre alguns pequenos comerciantes, um olhar atento sobre a maioria silenciosa, um álbum de bairro: são os retratos stéreo-daguerreotipados, arquivos para os arqueo-sociólogos do ano 2975. Enfim, é a minha Ópera-Daguerre.
Três atores - Viva, Jim, Jerry, a caminho do "estrelato" e da não menos difícil maturidade - vivem numa casa alugada sobre uma colina de Hollywood. Eles tem todos jubas de leão, falam muito e às vezes ao mesmo tempo. Tudo se passa em 1968, quando Robert Kennedy faz sua campanha eleitoral, ganha e vê-se vítima de um atentado que causará sua morte. Os três leões-atores vivem, à sua maneira, esta página da história americana, através do que mostra a televisão. Trata-se, evidentemente, mais de uma crônica que de uma estória, até porque os atores interpretam mais ou menos seus próprios papéis.
Em 1968, os Panteras Negras de Oakland tentavam atrair a atenção da opinião pública norte-americana sobre o processo judicial por que passava um de seus líderes, Huey Newton, acusado de matar um policial. O filme documenta um comício do qual participaram mais de cinco mil pessoas.
Este filme conta uma dupla estória: a vida de um casal e o nascimento de um romance. Edgar e Milene vivem reclusos e não podem dialogar, mas se amam e seu amor dará vida a uma criança. Quanto ao romance de Edgar, ele nasce do nada, à primeira vista, já que Edgar passeia sozinho pela Ilha de Noirmoutier. Mas, pouco a pouco, ao acaso de seus passeios, ele encontra alguns personagens cotidianos: um médico, uma dona de hotel, uma quitandeira, duas meninas bizarras, dois camelôs intrometidos e um homem estranho que se torna "a fera que o impedirá de escrever em círculos". Estes personagens - dos quais ele sabe nada ou muito pouco - tornam-se, transformados ou imaginados por Edgar, as "criaturas" de seu romance, os peões de um jogo que ele inventa: o jogo da derrota. Enfim, o romance de ficção e o jogo da derrota organizam-se diante do espectador, enquanto as "criaturas" ganham vida ao longo de uma dura partida, na qual Edgar defende não apenas suas convicções, mas também seu amor.
Um homem e uma mulher estão a ponto de se separar, após quatro anos de vida em comum. O homem passa férias em seu vilarejo natal, uma aldeia de pescadores próxima a Sète, chamada Pointe Courte. A mulher vem juntar-se a ele, antes da provável separação definitiva. Ambos passeiam, sonham com seu passado, confrontam seus sentimentos, numa busca incerta por si próprios. No entanto, em torno deles, misteriosamente indiferentes e solitários, os pescadores seguem sua vida entre a coleta de mariscos nos mangues e a ameaça dos funcionários do controle de higiene. Uma criança morre, um casal se casa e nos dias de festa, há competições sobre os canais de Sète. O casal tece seu próprio destino nesta trama humana e, ao final desta busca onírica, eles estarão novamente reunidos
Duas jovens vivem em Paris em 1962: Pauline, 17 anos, é estudante e sonha em largar sua família para virar cantora. Suzanne, 22 anos, ocupa-se de seus dois filhos. Elas se separam e, cada uma de sua parte, continuam sua batalha diária. Elas se reencontram dez anos depois, numa manifestação. Suzanne trabalha num escritório de planejamento familiar e Pauline tornou-se cantora. O destino irá uni-las novamente mais tarde, em 1976, quando elas já terão experimentado a frase de Simone de Beauvoir que conclui os créditos do filme: "Mulher não se nasce, torna-se."