SPI - SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO ÍNDIO

O documentário consiste na reunião dos episódios de uma série documental de cinco capítulos produzida para a TV sobre a vida e a obra do Marechal Cândido da Silva Rondon. São recorrentes no documentário a menção a eventos históricos, além dos de natureza biográfica, visando um alcance popular para a produção.

As mais de 180 línguas faladas pelos mais de 200 povos indígenas que habitam o território brasileiro na atualidade, e a importância que a linguagem tem no âmbito cultural e étnico, são os temas desse segundo episódio da série "Índios no Brasil". É recuperada toda a política institucional de proibição das línguas nativas e consequente imposição das chamadas línguas nacionais, bem como os artifícios utilizados pelos nativos para manterem vivas as suas tradições linguísticas. Vários grupos indígenas são visitados, enfocando-se desde etnias que mantiveram suas línguas até aquelas que as perderam de forma violenta através da catequização e da intimidação. A educação indígena dos dias de hoje, cuja alfabetização dá-se nas línguas nativas, é comparada com a educação imposta no passado que impunha o português, a cultura e a religião dos brancos.

Rondon, foi responsável pela incorporação ao território brasileiro de uma grande soma de terras, sendo responsável pelos rumos que assumiria a política indigenista no Brasil, não mais de extermínio mas integracionista. O documentário foi realizado a partir de filmes inéditos da época da Comissão Rondon feitos pelos documentaristas Luiz Thomaz Reis e Heinz Foerthman - este filmes foram cedidos pela Fundação Cinemateca Brasileira e pertencem ao Mudeu do Índio e ao IBAC. Além de imagens dos vestígios da passagem de Rondon pela Reserva Indígena Nhambiquara, no sul de Rondônia, o documentário traz depoimentos de netas de Rondon, do historiador José Murilo de Carvalho e do antropólogo Darcy Ribeiro, entre outros.

Retrata um conflito travado entre brancos e índios pela posse de terras e, no caso dos últimos pela manutenção de sua integridade cultural. Para tanto discute-se a revolta dos Tenetehara, maior grupo indígena do Estado do Maranhão, contra os padres Capuchinhos, instalados em fins do século XIX na região de Barra do Corda, que resultou num embate onde 200 índios liderados pelo cacique Caboré atacaram a missão católica e mataram 200 pessoas em 1901.

Trajetória da resistência cultural dos índios Gavião do Pará, atingidos por várias frentes de expansão econômica, doenças e agências assistenciais, enfocando a retomada do ritual "Pêmp". Integra o projeto "Vídeo nas aldeias", produzido pelo CTI, sob a direção de Vincent Carelli.